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Marcio Santos pede Geromel na Copa e lembra conversa com Senna sobre o tetra
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11/05/2018 | 06:30
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O tetracampeão Marcio Santos finalmente voltou à posição de origem. Depois de uma carreira consagrada como zagueiro, a desarmar atacantes e colocar fim a jogadas de efeito, somente depois de pendurar as chuteiras ele conseguiu retomar aquilo que mais sabia fazer nas categorias de base: gols. "Fui artilheiro em todos os torneios de futsal na infância", revelou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Atualmente com 48 anos, ele pode ser visto como homem-gol nos campeonatos amadores do litoral catarinense. Marcio Santos vive com a esposa e as duas filhas em Balneário Camboriú (SC) e toda segunda-feira à noite bate uma bola com os amigos.

Entre a base e a pelada no society, ele não sabe bem como, foi parar na zaga. Marcio Santos lembra o ano. Pouco antes de subir para o profissional, no final dos anos 80, o técnico do Nacional, de São Paulo, o escalou como zagueiro. "Quando apareci no jornal como campeão paulista no Novorizontino (em 1990) meus amigos de infância me viram como zagueiro e não acreditaram", disse.

O treinador, que Marcio Santos não recordou o nome, talvez sem querer, ajudou na formação de um dos principais zagueiros da história do futebol brasileiro. "Acho que a diferença foi que sempre tive habilidade para sair jogando e isso me ajudou".

Marcio Santos teve passagens por clubes como Internacional, Botafogo, Atlético Mineiro, Santos, São Paulo, além de Bordeaux e Fiorentina, entre outros. Sem falsa modéstia, lembra que em todos os grandes clubes por onde passou foi eleito melhor zagueiro da competição que disputou. A seleção brasileira ele defendeu de 1990 a 1998. E o auge foi na Copa do Mundo de 1994, quando formou dupla com Aldair e foi eleito para seleção da Fifa.

Das cinco seleções nacionais campeãs, a dele foi a menos vazada, com apenas três gols sofridos. "Brinco com o Taffarel até hoje que ele podia ficar lendo uma revista durante o jogo porque a bola nunca chegava nele. Taffarel só trabalhou nos pênaltis", ironizou.

TETRA PARA O SENNA - Os tetracampeões se falam até hoje. Marcio Santos lembra que foi o melhor elenco com que conviveu e talvez aí tenha sido o segredo para erguer uma taça, que não era levantada pelo Brasil há 24 anos. Outro fator que mexeu muito com todos os jogadores foi a morte de Ayrton Senna, em 1.º de maio, dois meses antes da Copa do Mundo.

"No último amistoso antes do Mundial, em Paris, o Senna foi dar o pontapé inicial da partida. No vestiário, ele chegou e falou para a gente: esse ano ou eu ou vocês vamos ser tetra. Só que logo em seguida ele morreu. O mundo ficou de luto, o Brasil principalmente. Conversamos sobre isso e falamos que a gente teria que tirar uma força do além para ganhar o título como forma de homenagem a ele. E deu certo", relembrou.

Longe do futebol profissional desde que pendurou as chuteiras em 2006 atuando pela Portuguesa Santista, ele conta que segue assistindo futebol. Sobre a atual seleção brasileira, o ex-zagueiro acredita que não há muito o que pensar para convocação da zaga. Ele sabe que Marquinhos, Thiago Silva e Miranda estão garantidos. E para a quarta vaga, ele nem pestanejou:

"Tem que ser o Geromel (do Grêmio). Vive melhor momento. O Tite tem que levar ele. O Rodrigo Caio tem tido altos e baixos. Zagueiro não pode oscilar. O Geromel é regular. O Gil na China não tenho visto jogar, não posso falar. Mas o Geromel tem sido referência", disse.

Na opinião de Marcio Santos, Pedro Geromel deveria inclusive começar entre os 11, mas acha pouco provável que aconteça. "Ele só não será titular porque joga no Brasil. Sei como é a mentalidade. A prioridade é quem está na Europa. Porque já enfrentam os atacantes que vão jogar a Copa do Mundo", justificou.

Márcio Santos hoje é dono de um minishopping em Balneário Camboriú e ainda não sabe onde assistirá a Copa do Mundo, que começa em 14 de junho. A seleção brasileira estreia no dia 17 contra a Suíça, em Rostov, em duelo válido pelo Grupo E.

Durante a primeira fase, o ex-zagueiro disse ter compromisso agendado, mas cogita viajar à Rússia para a fase final. Na opinião dele, a seleção de Tite vai longe, especialmente porque deixou de ser dependente do Neymar.

"Nunca concordei com time que depende de um jogador só para resolver. O Brasil precisa ter mais de um protagonista sempre. Cada jogador tem que fazer o que faz no Clube. E depois do Tite todo mundo cresceu de produção. O Neymar é muito importante, mas deixa ele fazer a parte dele. Todo mundo resolve agora", finalizou Marcio Santos.




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