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Governador promete ampliar efetivo da PM, mas não dá prazo

Márcio França reconhece que valorização da categoria é necessária; Diário denunciou problema

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
26/04/2018 | 07:00
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 Após o Diário denunciar a defasagem de policiais militares no Grande ABC, o governador do Estado, Márcio França (PSB), promete reforçar o efetivo, no entanto, diz que a “necessária valorização” da corporação – que passa por reajuste de salários e novas contratações – não pode ser realizada no momento, tendo em vista que se trata de ano de eleição.

De acordo com o calendário eleitoral aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o prazo máximo para aprovação de reajuste de funcionários públicos expirou no último dia 10. Já a contratação ou demissão sem justa causa de servidores do Estado ficam proibidas a partir de 7 de julho. O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 7 de outubro.

Em visita à região na tarde de ontem para receber o título de cidadão diademense, o também candidato à reeleição ao governo do Estado destacou que “dá (para fazer algo). Nós temos que repor esse efetivo em todos esses lugares (do Grande ABC). Mas insisto. O nosso objetivo é fazer com que os nossos policiais se concentrem mais nas suas atividades fim”. Isso porque, conforme o governador, até 80% dos chamados policiais são para ocorrências que não necessitam da PM. “Queremos criar agentes sociais. Em muitas dessas tarefas não é necessário que existam polícia, armamento, cachorro, camburão. Pode se resolver de outro jeito e vai otimizar o serviço da polícia”, diz.

O Grande ABC conta com metade do efetivo de PMs considerado ideal pela ONU (Organização das Nações Unidas). A entidade internacional preconiza a existência de um agente para cada grupo de 250 indivíduos, no entanto, entre as sete cidades, a proporção é de um PM para 482 habitantes. A região soma 2,7 milhões de moradores e efetivo de 5.600 policiais distribuídos em seis batalhões, 19 companhias e um destacamento da Polícia Militar em Rio Grande da Serra.

O principal reflexo do quadro de profissionais abaixo do ideal é a impossibilidade de que as rondas pela região sejam realizadas de forma igual, o que gera sensação de insegurança na população.

EVITAR O GELO

Outro ponto destacado por França é a necessidade de “parar de enxugar gelo e começar a evitar que o gelo se forme”, em alusão à criminalidade no Estado. “Estamos com 230 mil presos em São Paulo, temos mais de 100 mil policiais. Quantos presos mais a gente vai ter de prender? Quantos policiais vamos ter de ter? Alguma coisa está errada. Temos de começar a fazer com que os jovens tenham oportunidades. Enquanto a gente não fizer a juventude ter oportunidade, esperança, criar emprego para esses meninos, para poder ter uma chance na faculdade, ter um curso técnico, eles acabam indo para o lado errado. E isso não é a curto prazo”, destaca.

(colaborou Júnior Carvalho)

Número de homicídios tem alta de 5,26% em março

O Grande ABC registrou 20 mortes em razão de homicídio doloso em março, número 5,26% maior do que o observado no mesmo mês do ano passado – quando houve 19 casos. O número integra o levantamento mensal da SSP (Secretaria da Segurança Pública) a respeito das estatísticas criminais do Estado, divulgado na tarde de ontem.

O cenário regional não acompanhou o Estado, onde os casos de homicídio doloso caíram 11,3%, passando de 301 para 267. Também na Região Metropolitana o crime teve baixa, com recuo de 29,2% – de 96 para 68 mortes.

Mauá foi a cidade que mais contabilizou mortes por homicídio doloso no mês passado – foram sete vítimas fatais. Na sequência aparecem Santo André (cinco), São Bernardo (quatro) e Diadema (quatro). São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não registraram óbitos em razão da criminalidade em março.

Os crimes contra o patrimônio também apresentaram queda, sendo a maior delas em relação ao roubo de veículos. Os registros baixaram 21,41%, de 906 para 712 casos na comparação entre março de 2017 e 2018, respectivamente. O furto de veículos teve variação menor (1,56%), tendo em vista recuo de 964 para 949 ocorrências no período analisado.

Os casos de roubo entre as sete cidades passaram de 2.772 para 2.335 – baixa de 15,76%. Já os registros de furto caíram 1,03% (de 1.939 para 1.919 ocorrências).

Para o comando da Polícia Militar no Grande ABC, os números positivos são fruto do desempenho de operações como Força Total, Força Metropolitana e Cavalo de Aço. No mês de março, a corporação diz ter realizado 42 mil buscas pessoais, 181 prisões em flagrante, apreensão de 28 armas de fogo e de 51 menores. Houve ainda a recuperação de 642 veículos. “Destacamos também as medidas de intensificação de operações como Madrugada Segura, Força Metropolitana Regional, Força Simultânea Integrada, com ênfase nos locais em que mais são registrados delitos.”




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