Serviços são cobrados pela Prefeitura em IPTU, mas não são observados no Parque Pouso Alegre
Moradores do Parque Pouso Alegre, em Rio Grande da Serra, estão revoltados com cobranças de serviços como limpeza, manutenção e iluminação pública por meio do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Embora os valores estejam impressos nos boletos enviados pela administração, não há qualquer sinal, pelo bairro, de melhorias, conforme determina a Constituição Federal.
José Araújo Rocha, 82 anos, é inspetor de qualidade aposentado e reside em uma chácara na Rua Argentina há 13 anos. A via possui apenas um poste de luz e não é asfaltada, mesmo assim, são descontadas as taxas de iluminação pública, limpeza e conservação no imposto. Rocha é proprietário da chácara desde 1978 e, de lá para cá, pouca coisa mudou. “O IPTU chega, mas fazer alguma coisa pela gente, nunca fizeram”, lamenta.
Além da falta de asfalto e iluminação apropriada, na rua não há sistema de coleta e tratamento de esgoto. Os buracos da via são tapados com cascalho e entulho pelo próprio morador. A linha de telefone fica até oito dias sem funcionar, reclama ele. O ponto de ônibus mais próximo está longe dois quilômetros e meio de distância. “Já fui em reuniões na Prefeitura, mas eles dizem que aqui não tem o número de habitantes suficiente para fazer essas benfeitorias. Estamos abandonados”, considera Rocha.
A situação é ainda mais grave para José Eustáquio Brum, 70, mestre de obras aposentado. Ele tem um terreno na Rua Alemanha, mas não consegue ter acesso à propriedade, pois as duas esquinas da rua estão bloqueadas por mato alto. Brum recebeu o IPTU de 2017 com os valores de R$ 58 referentes a limpeza e conservação da via, além de R$137 de iluminação pública, sendo que não há sequer poste de luz. “Essa rua e todo esse loteamento só existem no papel. Ninguém consegue entrar nos terrenos”, afirma.
“Só vão tirar as taxas de limpeza e iluminação a partir deste ano, mas eu quero que retirem todos os atrasados, que me dêem acesso ao meu terreno”, reivindica. Uma das esquinas, que dá passagem à Rua Guatemala, está fechada por um muro. Na outra não há como passar por conta do mato alto e inexistência de uma via.
Em nota, a Prefeitura de Rio Grande da Serra disse que, de acordo com o plano diretor vigente no município, todo território que está em área urbana deve contribuir com o IPTU. Quanto às reclamações, a administração não estipula data para resolvê-las, “Está prevista a revisão do plano diretor e questões como estas apontadas pelos moradores podem, eventualmente, serem discutidas e reavaliadas no futuro”.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.