Política Titulo Após sentença
Em Diadema, Lula resgata tom combativo

Condenado por Moro, petista enterra ‘Lulinha paz e amor’ e reafirma inocência

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
16/07/2017 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Condenado a nove anos e seis meses de prisão, na quarta-feira, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu enterrar o estilo ‘Lulinha paz e amor’. Ontem, em ato em sua defesa, em Diadema, o petista resgatou discurso combativo contra adversários, presente em suas campanhas nas décadas de 1980 e 1990. Foi o segundo pronunciamento público do ex-presidente desde que a sentença foi proferida.

Ladeado por lideranças petistas do Grande ABC, como o ex-prefeito de São Bernardo e atual presidente do PT paulista, Luiz Marinho, e dos ex-prefeitos de Diadema Mário Reali (2009-2012) e José de Filippi Júnior (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008), Lula reafirmou inocência, voltou a criticar a imprensa (citou a TV Globo) e as “mentiras da Polícia Federal e do Ministério Público”. “Meus acusadores devem ter ficado com raiva de mim porque imaginavam que, no pronunciamento que fiz, na quinta-feira, eu iria estar nervoso, que iria xingar todo mundo. Mas eu estava tranquilo, porque a única prova naquele processo é a minha inocência”, disparou o petista. “Alguns setores da imprensa fazem o papel de tornar verdade a mentira da Polícia Federal. Descobri que não tinha saída. Eles (MP e Moro) estão prisioneiros da imprensa e subordinados a prestar contas à imprensa”, completou o petista.

Lula também citou a reforma trabalhista, sancionada na quinta-feira, e atacou o presidente Michel Temer (PMDB). “Quero saber como estão os coxinhas agora, com Temer no governo. Cadê as panelas?”, esbravejou o ex-presidente, que falou reiteradamente em ódio da “elite” contra pobres e contra a ascensão social promovida em seus governos. Diferentemente do pronunciamento da semana passada, quando reivindicou ser presidenciável do PT nas eleições de 2018, ontem, Lula evitou se colocar como candidato. “Se serei candidato ou não são outros 500”, desconversou.

O evento, realizado na sub-sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no bairro Piraporinha, formalizou a posse de Adi dos Santos, ex-presidente da executiva paulista da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao comando do diretório do PT em Diadema.

Foi a primeira visita de Lula a Diadema – cidade onde o PT conquistou sua primeira prefeitura – após o fracasso do partido nas eleições de 2016, quando o então vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, sequer foi para o segundo turno do pleito. “Foi bom ter perdido (em 2012), porque o PT estava mal-acostumado no governo. Mas tem que começar a preparar o retorno (ao Paço)”, frisou o ex-presidente.

Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (Litoral), atribuído ao petista. 




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