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Cesta básica nacional tem redução de 7,8% nos preços finais
Por Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
07/04/2009 | 07:00
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A crise financeira internacional já reflete sobre os preços da alimentação no País. Segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), das 17 capitais pesquisadas, apenas duas registraram altas nos preços em março. A redução média nacional no mês foi de 7,8% nos preços. Em São Paulo, a queda foi de 6,51%.

Em São Paulo, a redução no preço do feijão foi de 22,89%. Segundo José Maurício Soares, técnico do Dieese, esse foi o principal peso no cálculo total do índice. No entanto, não se trata de desvalorização do produto, mas de ajuste de preços após a forte alta no ano passado. "O feijão estava muito caro no ano passado, por conta da safra ruim entre 2007 e 2008", lembra. O ajuste vem graças aos bons resultados da agricultura na safra seguinte. "Teve uma colheita muito boa e muito grande na safra entre 2008 e 2009, o que trouxe os preços de volta ao patamar normal."

Outro item que pesou sobre o índice foi a carne. Soares aponta que a adição de dois novos cortes ao cálculo dos preços não influenciou na variação registrada. Hoje, além do coxão mole, o coxão duro e o patinho também entram no cálculo. "São produtos da mesma faixa de preço, por isso não interferiram no cálculo." Em São Paulo, a redução no preço da carne bovina foi de 6,61%.

O técnico do Diesse afirma que essa deflação vem do grande volume de carne disponível no mercado brasileiro, tendo em vista a forte desaceleração das exportações. "A redução do crédito para as exportações gerou uma oferta excessiva no mercado nacional." Ainda assim, segundo o relatório divulgado, os preços estão mais altos que no mesmo período do ano passado.

A crise também justifica a queda no valor do óleo de soja. O dólar alto praticamente não favoreceu as exportações, fortemente prejudicadas pela falta de crédito gerada pela crise financeira. Na cidade de São Paulo, a redução no preço foi de 2,02%.

Com a queda, no comparativo com o mesmo período do ano passado, o custo da cesta sobre o salário mínimo é menor. Em março de 2008, o comprometimento do salário mínimo com a cesta básica era de 58,65%, enquanto neste ano o valor dos produtos soma 51,87% do recebimento.




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