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Suposto acordão gera crise na Câmara
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10/03/2006 | 00:17
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Um dia depois da absolvição dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), a Câmara entrou numa grande crise, recheada de acusações de acordos sub-reptícios entre o PT, o PFL e partidos da base do governo.

"No plenário, o clima era de falta de compostura. Não se analisava a justiça ou não das punições, mas se constatava uma certa frouxidão moral incentivada pela vontade da base governista, somada a alguns partidos de oposição", atacou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), pré-candidato a presidente.

Brant, absolvido com 283 votos, 127 a mais do que o dos que optaram por votar na perda do mandato, procurou negar que tenha havido um acordão entre o PFL e o PT. Mas não convenceu. "O PFL tem 60 deputados e o PT, 90. Dá 150 votos. Se houvesse acordo, eu e o Luizinho estaríamos cassados porque não haveria votos suficientes para sermos absolvidos. Como pode haver acordo sem a participação de todos os partidos?", disse (na verdade, o PFL tem 63 deputados e o PT 82, o que soma 145 votos).

"A grande questão é que as pessoas não estão se conformando com o fato de o plenário considerar inocentes pessoas acusadas pelo Conselho de Ética. Eu o e o Luizinho fomos absolvidos porque somos inocentes", disse.

Apesar da insistente negativa dos parlamentares e dos dirigentes de legendas sobre o possível acordão para livrar parlamentares da perda do mandato, as suspeitas existem por todos os lados. Para o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), pode até não ter sido feito pelos dirigentes partidários porque as diferenças são grandes, mas que existe alguma coisa, existe. "Acho que existe um sentimento de solidariedade entre os caídos (ameaçados de perder o mandato). Isso contamina quem está ao lado e o voto acaba sendo pela absolvição", disse.




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