Ao mesmo tempo, o deputado Chico Alencar (PT-RJ) colhe assinaturas para o documento “Fique conosco companheiro”, um apelo para que Gabeira não deixe o PT depois de dois anos de militância. O documento contou com a assinatura do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é outro que defende a permanência do deputado. “O fato de um deputado ou senador ter uma posição divergente do governo não pode significar que ele deva sair do partido. O parlamentar tem o direito de expressar a sua convicção”, explicou. O senador ressaltou que se o partido for inibir cada posição divergente, a militância ficará enfraquecida.

O presidente do PT, José Genoino, disse que está empenhado na luta para tentar manter Gabeira no partido. Segundo ele, o governo ainda não fechou questão sobre os transgênicos, apesar da edição da medida provisória que libera o plantio de soja transgênica no Rio Grande do Sul.

A questão dos transgênicos foi o motivo apontado pelo parlamentar pra deixar o PT. Ele não concorda com as posições do governo Luiz Inácio Lula da Silva em diversos pontos relacionados ao meio ambiente.

Segundo ele, o núcleo dirigente do PT tem surpreendido e “atropelado” seus militantes com decisões que dificultam a transformação democrática. Gabeira disse que a gota d'água para o seu afastamento foi a invasão do Parque Iguaçu (PR) por dois prefeitos e um parlamentar do PT.

O parlamentar também lembrou que o anúncio por parte do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, de que o Brasil está produzindo urânio enriquecido, só pode ser uma provocação aos pacifistas. “Esse anúncio feito por alguém que já declarou que o Brasil deveria ter uma bomba atômica, só pode ser provocação. Para mim esse é o fim do caminho”.