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Latas de alumínio lideram reuso
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
07/05/2006 | 08:26
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Na reciclagem de resíduos, o Brasil se destaca em duas áreas: latas de alumínio e embalagens longa vida. Na última semana, a Abal (Associação Brasileira do Alumínio) e a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclagem) anunciaram que o país é pentacampeão na reciclagem de latas de alumínio para envase de bebidas, atingindo o índice de 96,2% de tudo que é produzido.

“Só na etapa da coleta, foram injetados R$ 496 milhões, o equivalente a 1,7 milhão de salários mínimos. Se fosse uma empresa, estaria entre as 500 do país”, afirma José Roberto Giosa, coordenador de reciclagem a Abal e da Abralatas.

O país atinge os maiores índices de reciclagem desse resíduo desde 2001. “Esse é um mercado estabelecido em todo o Brasil. São 7 mil pontos de compra de material para reciclagem. As latinhas são alternativa de emprego e renda e, hoje, não é só a pessoa que mora na rua que coleta, mas empresas, donas de casa e entidades”, explica Giosa. O índice de reciclagem de outros produtos de alumínio já está na marca de 36,6%, acima da média mundial, de 29%.

Para o coordenador, isso só é possível porque a indústria de alumínio incentiva a educação ambiental há 15 anos. “A reciclagem de latas foi implantada junto com a fabricação e é um programa permanente, com início em 1991. De lá para cá, o mercado – que era de 400 milhões de unidade – virou 10 bilhões no Brasil”, diz. O material reciclado pode virar uma nova chapa de alumínio e ser reciclado infinitas vezes.

Sucesso – O outro grande destaque brasileiro é a reciclagem de embalagens longa vida. O país reutiliza 23% do que se é produzido, muito acima dos 5,6% da Colômbia, segundo maior índice da América Latina. No ranking mundial, estamos na terceira posição.

As embalagens são constituídas de camadas de papel, plástico e alumínio. Antigamente, apenas o papel conseguia voltar para a cadeia produtiva. Depois, com o restante – parte metálica e plástica – foram desenvolvidos grânulos, que passaram a ser matéria-prima na fabricação de telhas e placas para outros produtos.

Hoje, o Brasil desenvolve uma nova tecnologia, a Plasma, que consegue separar os produtos e recolocá-los todos na indústria novamente. “O plástico vira parafina, que pode ser utilizada para a elaboração de lubrificantes, e o alumínio pode ser transformado em uma nova folha”, conta Fernando von Zuben, diretor de Meio Ambiente de Tetra Pak, fabricante das embalagens longa vida.

Para incentivar a cadeia de reciclagem, a Tetra Pak investiu em tecnologia e buscou incentivar a coleta por meio da valorização do resíduo. “Enquanto em 1997 se pagava R$ 50 pela tonelada de embalagens, hoje se paga R$ 280, o que fez a reciclagem saltar de 500 toneladas para 40 mil toneladas”, diz o diretor.

Para chegar a esses patamares, ambos os setores da indústria de embalagens trabalham com educação ambiental e incentivo a desenvolvimento de tecnologia. “Nós somos os fabricantes e sabemos qual é o nosso produto. Por isso, é mais fácil encaminharmos soluções para reciclagem. Em relação à educação, investimos nas crianças, porque são essas que vão levar a novidade para casa e crescer conscientes”, afirma Zuben.




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