A proposta de distribuição de rastreadores via satélite para quem transferisse veículos para Diadema foi descartada pela administração do prefeito José de Filippi Júnior (PT). Segundo o secretário de Finanças da Prefeitura, Sérgio Trani, os custos ficaram acima do esperado. A medida estava entre as estratégias do prefeito para aumentar a receita com o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores).

Trani afirmou que, pelos valores pesquisados no mercado, um rastreador de veículos de passeio custaria aos cofres públicos R$ 1,6 mil. Para rastrear veículos de transporte de carga o valor seria um pouco mais alto, R$ 3,6 mil. Também foi feita a cotação de um bloqueador de carro, que custaria R$ 250. “Estávamos trabalhando com a perspectiva de dar um brinde de R$ 70.”

De acordo com o secretário, apesar de a frota da cidade ser de 70 mil veículos, apenas 40 mil têm placas de Diadema. Para dar um brinde de R$ 70 por proprietário de veículo, Trani calculou que seriam gastos R$ 2,8 milhões com os carros já emplacados e R$ 2,1 milhões com as novas transferências. Como a arrecadação dos novos emplacamentos giraria em torno de R$ 120 por veículo e o brinde R$ 70, esse valor cairia para R$ 1,5 milhão. “O projeto se tornou inviável neste momento.”

Diadema arrecadou com IPVA no ano passado R$ 9,6 milhões, mas ficou com R$ 4,8 milhões, pois o governo do Estado fica com os outros 50% da receita deste imposto.

Apesar da desistência do projeto dos rastreadores, Trani disse que a administração continuará os estudos para criar incentivos aos motoristas que licenciarem os veículos na cidade. A proposta está dentro de outras estratégias que Filippi tem para recuperar ou aumentar a arrecadação com impostos.

A avaliação que os políticos fazem na cidade é de que, entre os motivos de muitos motoristas deixarem de emplacar o carro no município, está o fato de que Diadema sempre teve o estigma de ser violenta.

Para reverter o quadro, o Executivo vai lançar uma campanha educativa para incentivar o licenciamento em Diadema. A idéia é sensibilizar a população de que emplacando na cidade a arrecadação fica para o município, que terá mais dinheiro para investir.