Memória Titulo MEMÓRIA
Da Itália para o Grande ABC
Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
13/12/2016 | 07:00
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“Meu pai, Alípio Volpi, era brasileiro. Meu avô, quando veio ao Brasil, trouxe três italianos, meus tios. E deixou muitos parentes na Itália.”
Cf. professor Guerino Volpi, 84 anos, depoente da Semana Mauá.

(Sr. Agermo) Costuma assinar-se Elisagermo, numa combinação com o nome da esposa, Elisa – ela descendente de italianos; ele natural de Minas Gerais.”

Memória, na abertura da Semana Diadema, 8-12-2016.

A riqueza dos depoimentos dos entrevistados que escrevem a semana dupla Mauá/Diadema. Ontem registramos lembranças do Sr. Agermo Moreira Dias, de Diadema. Amanhã e quinta, os depoimentos sobre Mauá de Moacyr Antonio Ferrari e sobre Diadema, do professor João Paulo de Oliveira.

Traíras e bagres ao lado da Estação

Professor Guerino Volpi apenas nasceu em Vargem Grande do Sul, cidade que veio a conhecer já adulto. Ocorre que, aos 2 anos de idade, sua família mudou-se para Rancharia, na região de Presidente Prudente. Ali Guerino viveu até a adolescência.

O pai, sitiante. Os Volpi vivendo a seis quilômetros do Centro de Rancharia. Guerino passava em meio de boiada, desviando-se de enchentes, montado no burrico ‘Brioso’, a quem dedicou uma história escrita.

Para estudar, ele permanecia três dias na cidade e retornava no fim de semana. Levava ovos frescos que a mãe separava para ele vender.

Comprava pão com mortadela, sorvete. O pão sovado, de dar água na boca até hoje.
Os Volpi ainda viveram uma temporada no Paraná. A terra roxa não ajudava. Melhor a areia de Rancharia. O certo é que o destino seria Mauá, onde um tio de Volpi já residia. Era 1945, 1946...


DEPOIMENTO

Mauá tinha ruas de terra. O Tanque da Paulista, onde se registraram vários afogamentos, em plena Avenida Barão de Mauá, a antiga Estrada das Pedreiras.

Peguei traíra e bagre num lago da praça perto da estação. De dia, o trabalho na Porcelana Real (hoje Schmidt); à noite, estudava mecânica e desenho, matérias que sempre gostei.

O nosso banheiro era um canavial perto da oficina de mecânica onde estudava, na hoje Praça 22 de Novembro.

Trabalhei nesta fase durante três anos na Porcelana Real. Com dois anos, aquele menino caipira começou a ensinar o pessoal a pintar. Os alemães donos da fábrica simpatizaram comigo. Tornei-me coordenador da turma.

Retornamos a Rancharia. Lá nasceu o Clovis, irmão caçula, em 1948. Trabalhei com jogo do bicho, aprendi o ofício de alfaiate. Trabalhei numa oficina. E retornamos a Mauá, e eu à Porcelana Real.
O que eu queria mesmo era ser músico.

Amanhã em Memória

A pedreira do Pinotti.
Os quase anônimos autonomistas de Mauá.


Naturalista X carnívoros


Há 100 anos protagonizou-se entre São Paulo e Cubatão, cruzando São Bernardo, uma nova disputa esportiva, em forma de desafio. De um lado, Eliezer Kamenetzky, chamado pelos jornais de “o homem da natureza”; de outro, dois italianos, Alexandre Signoretti e João Agostinis.

Eliezer, residente em Sorocaba, era vegetariano; Signoretti e Agostinis, partidários dos regimes carnívoros.

Quem venceria a corrida, chamada ‘raid’?
No farnel, o “homem natureza” levou 12 laranjas e alguns limões; os italianos, uma merenda mais diversificada.

A saída foi na Praça da Sé, no domingo, 10-12-1916, 6h da manhã. O primeiro italiano parou em São Bernardo, o segundo, no alto da serra, na descida para Cubatão. O vegetariano chegou às 15h em Cubatão – deveria seguir até Santos, mas a chuva era intensa e a estrada, impraticável. Como prêmio, uma medalha de ouro, doada pelo farmacêutico Euclydes de Castro Carvalho.

NOTA

Alexandre Signoretti reclamou do noticiário, afirmando que continuou na prova, chegando a Cubatão uma hora depois do vencedor. Outras provas, com outros andarilhos, seriam realizadas. Há 100 anos.


Em 13 de dezembro de...

1916 – O roceiro Jorge José de Moraes, solteiro, 32 anos, foi vítima de um tiro de espingarda, dado por Joaquim Estevam. A agressão ocorreu no bairro da Cipoada, em São Bernardo – hoje área entre Utinga e Zona Leste de São Paulo.

Jorge apresentava 68 pequenos ferimentos na face e pernas, sendo internado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

A guerra. Do noticiário do <CF160>Estadão</CF>: os Estados centrais e seus aliados propõem a paz; criados os Reinos da Polônia e Lituânia.

1971 – Prefeitura de Rio Grande da Serra anuncia a pavimentação asfáltica da sua principal via central, a Capitão Marques, hoje denominada Dom Pedro I.


Diário há 30 anos

Sábado, 13 de dezembro de 1986 – ano 29, edição 6315

Manchete – Greve geral termina sem distúrbios

Economia – Movimento deflagrado contra o pacote do Cruzado deve servir de alerta aos constituintes (artigo de Guido Fidelis).

Polícia – Gerente industrial é morto a tiros em Ribeirão Pires.


Hoje

Dia do Pessoa com Deficiência Visual
Dia do Marinheiro

Dia do Pedreiro
Dia do Lapidador
Dia Nacional do Forró

Santos do Dia

Santa Luzia foi morta no ano 304 por sua crença em Jesus Cristo. Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século 4.

No Grande ABC, quatro paróquias são dedicadas a Santa Luzia: Príncipe de Gales (Santo André), Jardim Atlântico e Jardim Beatriz (em São Bernardo) e bairro Santa Luzia (Ribeirão Pires). E temos as capelas de Santa Luzia nos seguintes bairros: Represa Baraldi, Parque São Bernardo, Jardim Thelma, Vila Santa Luzia (todos em São Bernardo), Jardim Nova Mauá e Vila Claudia, ambos em Mauá.

Santa Luzia é também padroeira de Taquaruçu, no limite de Mogi das Cruzes com Paranapiacaba.

Odila (ou Otília)

João Marimoni.

Municípios Paulistas

Hoje é o aniversário de Guaiçara, Luís Antonio, Ourinhos e Palmeira d’Oeste.
Guaiçara. Elevado a município em 1954, quando se separa de Lins.

Luís Antonio. Elevado a município em 1959, quando se separa de São Simão.
Ourinhos. Elevado a município em 1918, quando se separa de Salto Grande.

Palmeira d’Oeste. Elevado a município em 1959, quando se separa de Jales.


Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 13 de dezembro:
No Pará, Água Azul do Norte, Brasil Novo, Breu Branco, Eldorado dos Carajás, Goianésia do Pará, Ipixuna do Pará, Jacareacanga, Novo Progresso, Palestina do Pará, Santa Bárbara do Pará, Santa Luzia do Pará, Terra Santa, Trairão, Ulianópolis e Vitória do Xingú.

No Paraná, Carambeí, Cruzmaltina, Diamante do Norte, Japurá, Porto Barreiro e Tamarana.

Em Pernambuco, Gameleira.

Em Santa Catarina, Itá.

Em Goiás, Luziânia.

No Piauí, Massapê do Piauí, Nazária e São Miguel da Baixa Grande.

Em Minas Gerais, Pequeri.

Na Paraíba, Serra Grande. 




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