Política Titulo Eleições
Quatro cidades voltam às urnas para definição no segundo turno

Oito prefeituráveis que superaram a
primeira etapa do pleito retornam às urnas

Raphael Rocha
30/10/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC:


 Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá conhecerão hoje seus prefeitos, em segundo turno que movimentará 1.815.428 eleitores. Oito prefeituráveis que superaram a primeira etapa do pleito retornam às urnas depois de 28 dias de extensão de campanha. Paulinho Serra (PSDB) e Carlos Grana (PT) duelam pela Prefeitura de Santo André; Orlando Morando (PSDB) e Alex Manente (PPS) concorrem ao Paço de São Bernardo; Lauro Michels (PV) e Vaguinho do Conselho (PRB) brigam pelo Executivo de Diadema; e Atila Jacomussi (PSB) e Donisete Braga (PT) miram a administração de Mauá. Os locais de votação abrem às 8h e fecham às 17h. A apuração começa na sequência, com expectativa de até as 19h os resultados serem divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os eleitos hoje vão se somar a José Auricchio Júnior (PSDB), vencedor em São Caetano; Adler Kiko Teixeira (PSB), que triunfou em Ribeirão Pires; e Gabriel Maranhão (PSDB), prefeito reeleito em Rio Grande da Serra. O segundo turno nas quatro cidades foi marcado por intensa troca de ataques, acolhimento explícito de apoios – também pela tentativa de se esconder outras adesões – e afunilamento do debate para melhora do Grande ABC a partir do dia 1º de janeiro de 2017. O pleito de hoje pode marcar, aliás, feitos históricos: a derrota de petistas em todas as sete cidades e hegemonia nunca vista do PSDB na região.


SANTO ANDRÉ - Paulinho Serra é favorito para virar 1º prefeito tucano
À frente no primeiro turno com 35,85% dos votos válidos, Paulinho Serra pode levar o PSDB à sua primeira conquista em Santo André. Ele enfrenta o atual prefeito, Carlos Grana, um dos poucos petistas em segundo turno no País, que chegou à etapa final após receber 20,28% de adesões válidas.

O tucano aparece como favorito nas bolsas de apostas. Até nas mais otimistas sondagens internas do PT Paulinho está na liderança. Ex-vereador e ex-secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos do governo Grana, ele ainda recebeu apoio de dois prefeituráveis derrotados no primeiro turno – casos de Ailton Lima (SD, 14,98% dos votos válidos) e Rafael Daniel (PMDB, 3,21%) –, do PSB e do PPS, que lançaram Aidan Ravin (17,04%) e Raimundo Salles (5,3%), respectivamente. Os políticos não acompanharam as legendas, por estratégia feita por Paulinho.

No segundo turno, Grana buscou atrelar a imagem de Paulinho à de seu governo, lembrando da adesão dada pelo tucano, então no PSD, à sua eleição em 2012. Nos debates, o prefeito citava acordo feito entre ambos naquele pleito, que rendeu o comando de uma das Pastas vitais da administração.

Paulinho justificou o apoio há quatro anos e, recorrentemente, falou em frustração com o governo “petezado” implementado por Grana. O tucano conseguiu imprimir em sua campanha o mote de novidade entre as gestões do PT e a administração de Aidan (entre 2009 e 2012). Também viu caciques do tucanato, como o governador Geraldo Alckmin e o chanceler José Serra, caminharem ao seu lado na etapa final.


SÃO BERNARDO - PT pauta a etapa derradeira entre Morando e Alex
Fora do segundo turno em São Bernardo, o PT foi protagonista na disputa entre o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e o deputado federal Alex Manente (PPS). O tucano terminou a primeira etapa na liderança, com 45,07% dos votos válidos, contra 28,41% de Alex.

Partido que atualmente administra o município, na figura de Luiz Marinho, o PT ficou na terceira colocação no dia 2, com os 22,57% dos votos válidos do ex-secretário Tarcisio Secoli. Na etapa derradeira, oficialmente optou pela neutralidade, mas nos bastidores desembarcou em peso na campanha de Alex.

O popular-socialista declarou que iria correr atrás dos 84.768 votos de Tarcisio, mas que não havia acordo com o PT. Morando explorou imagens e vídeos de deputados, secretários e vereadores petistas pedindo votos ao popular-socialista para transferir a crise institucional do petismo ao adversário.

Aliás, o apoio do PT não foi o único a pautar o segundo turno. O PCdoB, que estava na coalizão de Tarcisio e elegeu Gordo da Adega (6.335 votos) vereador, decidiu caminhar com Morando. Alex fez questão de citar a proximidade do PCdoB com o PT na esfera nacional. A troca de insultos sobre as adesões políticas fez com que as demais alianças ficassem escondidas na campanha – Morando, por exemplo, contou com reforço do PDT e PMDB, enquanto Alex viu adesão do PP e PSD ao seu projeto.

A rivalidade de Alex e Morando também foi parar na Justiça Eleitoral. O popular-socialista reclamou quando o tucano questionou postagens de um padre nas redes sociais. Morando condenou a falsificação de reportagem de O Estado de S.Paulo para denegri-lo.

DIADEMA - Lauro busca a reeleição mesmo com apoio de petistas para Vaguinho

Atual prefeito e candidato à reeleição em Diadema, Lauro Michels (PV) chega ao dia da eleição como favorito na concorrência com Vaguinho do Conselho (PRB). O verde alcançou o segundo turno após receber 48,1% dos votos válidos ante 21,85% do prefeiturável republicano, que pela primeira vez busca o comando da administração diademense.

Vaguinho desafia as pesquisas de intenções de voto com o principal apoio do segundo turno: o do PT. O petismo, criado em 1980, conquistou em Diadema sua primeira Prefeitura (em 1982, com Gilson Menezes, hoje no PDT). No primeiro turno, o partido ficou na terceira colocação, na figura do vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (16,37% dos votos válidos). Vereadores petistas e até mesmo o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) vieram a público declarar voto e adesão à campanha de Vaguinho, com objetivo de impedir a reeleição de Lauro. O republicano relutou no início, mas no fim do segundo turno resolveu assumir o apoio.

Lauro, por sua vez, conta com a máquina pública a favor e com o fato de o quarto colocado no primeiro turno, Taka Yamauchi (PSD, 12,06% dos válidos), ter declarado neutralidade. Na avaliação da cúpula da campanha do PV, os 25.518 votos de Taka, surpresa da eleição, podem se dividir entre Lauro e Vaguinho, o que seria suficiente para conferir mais quatro anos ao prefeito. Na reta final, Lauro optou por explorar a imagem do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Realizou, na quinta-feira, caminhada com o cacique tucano na região central em busca dos votos restantes para a reeleição.

MAUÁ - Tensão e traições políticas marcam duelo final entre Atila e Donisete
Mauá vivenciou um dos segundos turnos mais tensos do Grande ABC. Líder na primeira etapa, o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB) conquistou 46,73% dos votos válidos contra 22,9% do prefeito Donisete Braga (PT), que busca a reeleição. Ambos passaram os 28 dias da extensão do pleito com troca de farpas e apoios que causaram polêmica no meio político da cidade.

Antes do início da campanha, Donisete contabilizava em sua coalizão lista de antigos aliados da família Damo, hoje parceira de Atila – mulher de Leonel, Alaíde Damo (PMDB) é vice na chapa socialista. Na etapa final, Atila deu o troco: obteve adesão dos ex-petistas Márcio Chaves (PSD) e Rogério Santana (Rede). Márcio foi o quarto colocado na eleição (4,2% dos votos válidos), enquanto Rogério terminou na quinta posição (3,51%). O nome do PSB também atraiu vereadores eleitos pela coligação do adversário, casos de Severino do MSTU (Pros, 5.547 votos), Cincinato Freire (PDT, 2.707) e Gil Miranda (PRB, 3.736).

Em contrapartida, Donisete anunciou o apoio de Clóvis Volpi, terceiro colocado na eleição (20,23% dos válidos) pelo PSDB. A decisão de Volpi lhe rendeu expulsão sumária do tucanato, que, em peso, migrou para campanha de Atila – até mesmo o governador Geraldo Alckmin (PSDB) esteve em Mauá para abonar a vitória do socialista.

Atila aparece como favorito nas pesquisas de intenções de voto e, nesta etapa final, reforçou os escândalos envolvendo o governo Donisete. O petista lembrou da polêmica passagem do deputado pelo comando da Sama e da aliança com a família Damo para tentar impedir a vitória do adversário.




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