O acúmulo de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera está alterando a cobertura vegetal da Floresta Amazônica mesmo em trechos totalmente preservados. Segundo uma pesquisa publicada na revista Nature, realizada por brasileiros e norte-americanos nos últimos 20 anos, as espécies vegetais mais altas e de crescimento rápido estão sendo estimuladas, enquanto as outras perdem a competição.

Esta alteração pode implicar na capacidade da floresta de retirar o CO² da atmosfera, já que as espécies favorecidas têm madeira menos densa, que estocam menos carbono. A pesquisa afirma que em 50% das áreas pesquisadas a população de árvores maiores e de crescimento mais rápido está aumentando, enquanto as outras árvores menores e com menos capacidade de competir por luz estão reduzindo em quantidade.

A pesquisa ainda conclui que é preciso atenção para que a floresta não perca sua capacidade de absorver o CO², um dos principais gases que provoca o efeito estufa. A Amazônia é vista como um importante absorvedor de carbono mas, com a nova composição, a floresta poderá ter seu papel reduzido.