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Faltam mais remédios em Sto.André
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
29/06/2005 | 08:03
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Moradores de Santo André afirmam: virou rotina a falta de medicamentos na cidade. Na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Luzita, pacientes hipertensos reclamam que há um mês não encontram o Capotem e o Clorano 50. A insulina humana, usada no tratamento de diabetes, também estaria em falta há 15 dias. Esses medicamentos são fornecidos ao município pelo programa estadual Dose Certa. A Prefeitura admitiu a falta dos dois medicamentos para hipertensão em algumas unidades, mas negou a escassez de insulina.

Em Santo André, a demanda do Capotem é de 1,7 milhão de comprimidos/mês, mas de acordo com a Prefeitura, o Estado estaria enviando 687 mil. O município espera repor 80% do estoque necessário até a primeira quinzena de julho, ocasião em que receberá novo repasse do Estado. Os 20% restantes (contrapartida prevista da Prefeitura) só deverão chegar às farmácias das UBSs entre o final de agosto e o início de setembro. O município está concluindo cotação de preços para abrir licitação. O processo leva, em média, 45 dias.

A Secretaria estadual da Saúde negou que a quantidade de remédios enviados está tão abaixo da demanda. Segundo a secretaria, ficou acertado na última reunião entre Estado e município que Santo André receberia nos dois lotes deste semestre (um em abril e outro em julho) 687 mil unidades do Capotem e 200 mil do Clorano. A Prefeitura compraria o restante.

Enquanto aguardam medidas administrativas, pacientes como a balconista Leni Corsi de Moraes, 38 anos, e a mãe Santina Corsi de Moraes, 75, ambas hipertensas, deixam de seguir recomendações médicas. “Tenho que tomar dois comprimidos ao dia. Às vezes, tomo um para não faltar para minha mãe, que tem pressão mais alta que a minha”, diz Leni.

Segundo o professor de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC, José Luís Aziz, os medicamentos em falta podem ser substituídos pelo Lisinopril e pelo Higroton. “Mas esses medicamentos dificilmente são fornecidos na rede pública”, observa. A pressão arterial de uma pessoa é considerada normal quando está abaixo de 130/85, com tolerância até 140/90. “Quem já tem casos de hipertensão na família deve medir a pressão a cada dois meses e evitar o sedentarismo, o fumo e a obesidade”, orienta o cardiologista.

No início do mês, o Diário relatou a falta de Metformina – medicamento usado no tratamento de diabetes – nas UBSs. O remédio é fornecido pelo Ministério da Saúde, que prometeu regularizar a situação no segundo semestre.




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