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Aumento do IOF pesará mais que a CPMF
Por Gabriela Gasparin
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
04/01/2008 | 07:00
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Anunciado pelo governo como uma das medidas para compensar a perda da cobrança da CPMF aos cofres púbicos, o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) prejudicará o consumidor que toma crédito.

Com a mudança, a incidência do imposto sobre empréstimos passou de 1,5% para 3% ao ano. Financiamentos ficarão mais caros do que eram antes com a cobrança da CPMF.

De acordo com simulação feita pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a compra de um carro de R$ 25 mil, parcelada em 60 vezes, por exemplo, ficará 3,12% mais cara com a nova alíquota do imposto. Ao final do financiamento, o valor total do veículo subirá de R$ 44.415 para R$ 45.802.

A antiga cobrança da CPMF totalizaria um gasto de R$ 168,60 no financiamento. Ou seja, o aumento do IOF deixará a compra do veículo R$ 1.219,20 mais cara.

“Para o consumidor que toma empréstimo, a situação ficou pior. No entanto, como o brasileiro compra de acordo com o valor da prestação, a medida não terá impacto no crescimento do crédito do País”, disse o vice presidente da entidade, Miguel de Oliveira.

Ele também acredita que com a alta de 9% para 15% da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para o setor financeiro – outra medida anunciada pelo governo para ampliar a arrecadação – os bancos repassarão a alta aos clientes, uma forma de encarecer os financiamentos.

DESNECESSÁRIO

Para o presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), Gilberto Luiz do Amaral), as medidas adotadas pelo governo são desncessárias já que está previsto arrecadação excedente para este ano que compensará a perda gerada com o fim da CPMF.

“O governo terá um excedente de R$ 50 bilhões em sua arrecadação. Ou seja, se juntarmos com os ganhos que o aumento do IOF e da CSLL resultarão, o rombo terá sido coberto com muita folga”, afirma Amaral.

O executivo concorda que que maior prejudicado será o consumidor e alerta que haverá uma certa perda de competitividade das empresas exportadoras.

“O aumento do IOF incidirá sobre cheque especial, financiamentos de automóveis, crédito direto ao consumidor, entre outras operações financeiras. No caso das exportações, o IOF, que não incidia sobre esse tipo de operação, passará a incidir, reduzindo levemente a competitividade das empresas”, completa Amaral.




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