Adversários pela segunda vez na disputa pela Prefeitura de Santo André, o atual prefeito Carlos Grana (PT) e o ex-chefe do Executivo Aidan Ravin (PSB) compararam suas gestões em sabatina de apresentação de propostas para a eleição de outubro, realizada ontem, a empresários da cidade. O encontro, promovido pela frente ABC Mais Empreendedor, no Clube dos Engenheiros, na Vila Pires, recebeu, além de Aidan e Grana, o vereador e prefeiturável Ailton Lima (SD). O parlamentar, que foi líder do governo Aidan na Câmara, foi o único a evitar ataques contundentes aos rivais políticos.

Primeiro a discursar, Aidan – governou a cidade entre 2009 e 2012 – dedicou seus 30 minutos para falar em “resgate” da economia local. “As indústrias daqui foram embora. Há cinco governos atrás, ou seja, há 20 anos, elas estão indo embora. Aí vocês me perguntam o que devo fazer. Me digam vocês, por favor, o que eu tenho que fazer. São vocês que estão vivendo com eles (empresários), sabem quais são os problemas e o que está acontecendo. A via tem de ser de mão dupla e não única”, sugeriu Aidan. O socialista criticou diversas ações do governo petista, como Saúde e Educação, e comparou sua vitória eleitoral em 2008 a um casamento. “Eu já governei a cidade. Não tinha experiência. Mas quando casamos, achamos que seria maravilha e depois vemos que não é bem assim. Eu ganhei experiência (administrativa)”.

Aidan também se defendeu sobre o caso de vendas de licenças ambientais no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) durante seu governo, investigado pelo MP (Ministério Público), alegando ser inocente e citando contratos da gestão Grana com a Odebrecht, envolvida no escândalo de corrupção na Petrobras.

Grana, por sua vez, fez balanço de diversas ações do mandato. O petista também relatou o que classificou como dificuldades durante a gestão, como a questão dos pagamentos de precatórios. O prefeito disse que é candidato à reeleição para dar “continuidade ao programa” proposto por ele em 2012. Ao empresariado, Grana elencou a revisão da Luops (Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo) e o credenciamento do Parque Tecnológico, paralisado no governo anterior, como iniciativas de sua gestão direcionadas ao desenvolvimento econômico. “Estamos conseguindo convencer vários empreendedores a concentrar atividades em Santo André, em vez de manterem unidades em várias cidades.”

Ailton Lima, segundo a discursar na atividade, apresentou números sobre a economia municipal e focou seu discurso em promessas para a atração de empresas, como isenções fiscais. “Tem dinheiro sendo desperdiçado, sendo jogado pelo ralo. As torneiras todas abertas e ninguém está pensando porque não pensa em ferramentas de gestão”, criticou, acrescentando que faltam ações planejadas do Paço para tirar cidade da crise financeira.

O debate reuniu cerca de 40 empresários de nove entidades que formam a frente, entre elas a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). Na quarta-feira será a vez dos demais candidatos: Paulinho Serra (PSDB), Rafael Daniel (PMDB), Raimundo Salles (PPS) e Ricardo Alvarez (Psol).