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Inflação para a baixa renda encerra 2010 em 7,33%
Por Soraia Abreu Pedroso
Do Diário do Grande ABC
13/01/2011 | 07:11
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Famílias que ganham entre um e 2,5 salários-mínimos (de R$ 510 a R$ 1.275) sofreram mais com a inflação em 2010. O IPC - C1 (Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1), elaborado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia/Fundação Getulio Vargas), encerrou o ano em 7,33%, patamar mais alto do que outros indicadores, como o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal), que calcula semanalmente custos para quem tem renda mensal de até 33 mínimos (R$ 16.830), que ficou em 6,24%.

O responsável pelo peso maior no bolso dos consumidores de baixa renda foi o item alimentos. No ano passado, o grupo sofreu expansão de 11,03%. Segundo o técnico de pesquisas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Lúcio Flávio Dantas, já era de esperar que esse indicador terminasse 2010 em alta, já que o peso dos alimentos é muito maior do que em índices que analisam os preços para quem tem salários mais elevados.

"Quando se avalia o custo de vida de quem ganha até 2,5 salários-mínimos, os grupos que têm maior peso são alimentação, transportes e habitação, pois é com isso que os consumidores dessa faixa de renda mais gastam. Tanto que educação, lazer, saúde e cuidados pessoais têm peso menor no indicador, já que eles gastam muito pouco com isso, ou nem gastam", explica Dantas.

Portanto, se os preços das comidas subiram em 2010, a população de baixa renda sofreu mais. Segundo o técnico, a alimentação básica dentro de casa ficou mais cara principalmente por conta do aumento da demanda no mercado interno, ocasionado pela melhora no emprego e na renda. Além disso, problemas de ordem climática encareceram itens de primeira necessidade, como feijão e carne. "O efeito da estiagem em regiões produtoras deixou esses produtos mais salgados. No caso da carne, o crescimento da demanda externa também fez com que diminuísse a oferta por aqui e, no caso do feijão, as chuvas em excesso atrapalharam a colheita."Os gastos com transportes também ficaram mais elevados no ano passado, com alta de 9,03%. O aumento do custo do etanol figura como um dos principais fatores para a inflação do grupo.

Também na sequência aparecem despesas diversas (aumento de 5,32%), saúde e cuidados pessoais (5,02%), vestuário (4,36%), educação, leitura e recreação (4,12%) e habitação (2,98%).

Em dezembro, o IPC-C1 desacelerou de 1,33%, em novembro, para 0,86%. Contribuíram para o recuo os grupos alimentação (de 2,62% para 1,43%), transportes (de 0,57% para 0,13%), educação, leitura e recreação (de 0,34% para 0,02%) e habitação (de 0,38% para 0,35%).




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