Política Titulo Ribeirão Pires
Saulo apostará em bairros periféricos para superar rejeição

Com baixa popularidade, prefeito mira regiões onde fez pequenas intervenções

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
14/08/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


O prefeito de Ribeirão Pires e candidato à reeleição, Saulo Benevides (PMDB), pretende dar ênfase às menores obras realizadas nos bairros periféricos da cidade, como Ouro Fino, Quarta Divisão, Parque Aliança e Jardim Caçula, para reverter rejeição ao seu nome na cidade. Nenhum dos planos de vulto prometidos por Saulo há quatro anos foram entregues.

A ideia é mobilizar moradores de regiões mais marginalizadas em que a administração fez trabalhos como recapeamento de ruas, instalação de pontos de ônibus, entre outras intervenções de menor porte, para angariar votos. O peemedebista tem afirmado que precisa de mais quatro anos para concluir obras como o teleférico, a Cidade Encantada e o viaduto que ligará o centro alto ao centro baixo.

Saulo vem para a reeleição, além de problemas de gestão, com a campanha conturbada. Há duas semanas, o chefe do Executivo chegou a desistir do projeto de reeleição. Em reunião com vereadores de sua base e secretários próximos, o peemedebista anunciou que não concorreria ao pleito de outubro e orientou os aliados a apoiarem o então adversário Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). A decisão havia sido comunicada poucas horas antes de o popular-socialista homologar sua candidatura com a ex-secretária de Educação e Inclusão Rosi de Marco (PSDB). No dia seguinte, no entanto, Dedé recusou o apoio de Saulo e depois, durante convenção do PMDB, Saulo voltou atrás e decidiu participar da corrida eleitoral, opção que surpreendeu e deixou alguns peemedebistas irritados.

A gestão Saulo tem enfrentando dificuldades desde o início, como o rompimento, em 2013, entre o chefe do Executivo e sua vice e agora candidata à Prefeitura pelo PMB, Leo da Apraespi. Por conta do racha, o prefeito evitou se ausentar e deixar a administração sob o comando da número dois.

Os problemas financeiros têm sido constantes. Depois de ter feito corte de gratificações, revisão dos contratos e redução de estagiários no ano passado, em janeiro Saulo anunciou congelamento de 25% no orçamento. Em junho, o Sineduc (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais) de Ribeirão protocolou formalmente pedido de cassação do chefe do Executivo pelo não pagamento do reajuste de 11,8% aos servidores públicos em maio. O documento, no entanto, foi rejeitado pelo Legislativo e o prefeito fechou acordo com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), passando por cima das negociações com os professores, reduzindo o percentual a ser pago para 4,5% em três parcelas realizadas entre agosto e outubro.

Recentes pesquisas de intenções de voto colocam Saulo no fim da lista de favoritos ao Paço – estudos avaliam Dedé e Kiko Teixeira (PSB) como nomes fortes do pleito.

CRISE E SEMELHANÇA
Em 2012, a eleição foi bastante acirrada e o próprio peemedebista não parecia esperar pela vitória ao Executivo. Vereador, Saulo ganhou o pleito com 24.601 eleitores em meio à impugnação de Dedé, à época postulante favorito na cidade, que teve sua candidatura impugnada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por abuso de poder econômico ao ter encartado material de campanha no jornal de seu pai, em 2004.

O mesmo caso aconteceu com o ex-prefeito Leonel Damo (PMDB), em 2004, quando concorreu ao Executivo de Mauá contra o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (ex-PT, hoje PSD), apadrinhado pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT). O Paço mauaense foi para as mãos de Damo depois que Chaves teve sua candidatura impugnada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também por abuso de poder econômico – durante a campanha eleitoral, o número dois do governo teve declarações veiculadas na exposição Túnel do Tempo, da Prefeitura.

Quatro anos depois, em 2008, Damo deixou a corrida eleitoral pela reeleição com altos índices de rejeição. À época, o ex-prefeito optou por declarar apoio ao então superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) Chiquinho do Zaíra (hoje no PTdoB), que chegou ao segundo turno contra Oswaldo Dias, mas foi derrotado.  




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