Política Titulo
Gerente do grupo Peralta nega conhecer Ovando
Por Sergio Kapustan
Do Diário do Grande ABC
29/06/2005 | 08:20
Compartilhar notícia


A gerente administrativa do grupo Peralta Investimentos e Participações Edeline Leandro Moraes Barros negou conhecer Altivo Ovando Junior, secretário de Habitação de Mauá. Segundo Ovando Junior, foi das mãos dela que ele recebeu R$ 300 mil em dinheiro e R$ 300 mil em cheques, como pagamento de propina ao PT em 2000 para campanhas eleitorais. Na época, Ovando Junior também era secretário de Habitação de Mauá e o grupo Peralta estaria tratando da construção do Mauá Plaza Shopping. O pagamento, segundo Ovando Júnior, teria sido realizado na sede do grupo, em Cubatão.

Os dois estiveram frente a frente em 2 de maio no Ministério Público. O Diário teve acesso ao depoimento de Edeline. Na acareação, ela disse aos promotores não reconhecer “de forma alguma a sua fisionomia (Ovando)” e que estava conhecendo-o pela primeira vez. A funcionária do grupo Peralta disse também em depoimento que “jamais entregou uma caixa contendo dinheiro (afirmação de Ovando Junior) ou cheque no valor de R$ 300 mil para uma pessoa no interior da sede das empresas ou em razão de sua atividade profissional”. Edeline negou também que tenha arrecadado dinheiro ou expedido cheques, ressaltando que o grupo Peralta não trabalha com “caixa 2”.

Também na acareação, Ovando Junior afirmou que foi Edeline quem lhe entregou “dinheiro e cheque” em três ocasiões, sempre na sede da empresa. Segundo o secretário de Habitação de Mauá, ela comparecia às reuniões sempre acompanhada de Armando Jorge Peralta, ex-sócio do grupo Peralta, mas ela desconhecia o seu conteúdo. O secretário também contou aos promotores, em depoimento, que o dinheiro foi entregue em uma caixa lacrada naquele local (na sede), conforme combinado previamente.

Promotores do Gaerco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado) do ABC investigam suposto pagamento de propina do grupo Peralta às campanhas de candidatos a prefeito do PT – Oswaldo Dias (Mauá) e Marta Suplicy (São Paulo) – em 2000. Segundo denúncia de Ovando Junior, dirigentes do PT – José Mentor (líder de Marta na Câmara e atual deputado federal) e Valdemir Gerreta (coordenador de comunicação de Marta e depois secretário de Comunicação) – pediram R$ 1,8 milhão para autorizar a construção do shopping. Em nota oficial, o grupo Peralta informa que disponibilizou “os arquivos contábeis e financeiros” para os promotores e que mantém a disposição de seguir cooperando com as investigações.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;