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Polícia da região usa arma paralisante
Por Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
17/01/2010 | 07:05
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Celso Luiz/DGABC


A Polícia Militar da região ganhou uma importante aliada no combate ao crime. A taser é uma arma considerada não letal e tem como principal função paralisar o alvo atingido, que pode estar até a mais de dez metros de distância.

Até o momento, 19 equipamentos como este estão distribuídos nos batalhões responsáveis pelo patrulhamento do Grande ABC. Mas apenas sargentos e tenentes podem manuseá-los.

O sargento Gilberto Silva foi o responsável pelo treinamento dos policiais. "Em um dia fazemos a parte teórica em sala de aula. Depois, a demonstração da arma, uma aula de verbalização para que o policial possa iniciar um primeiro contato com o possível agressor e, só então, fazemos a parte prática da taser", explica.

Silva afirma que, até sexta-feira, a arma ainda não havia sido utilizada pelos policiais, mas que estava à disposição deles, caso fosse necessária. "A gente usa a taser quando a pessoa está muito agressiva, ameaça atentar contra a própria vida ou a de um refém. Essas situações ainda não aconteceram por aqui desde que ela chegou."

Segundo o tenente Edson Lima, comandante da Força Tática do 10º Batalhão, em Santo André, o Grande ABC foi uma das regiões escolhidas para a implantação da taser no Estado. "Foi feito um estudo pelo alto comando da Polícia Militar que chegou à conclusão de que a taser seria eficiente. Por isso, ela foi trazida para cá."

ELETRODOS
Ligados a dois fios de cobre, dois eletrodos perfuram superficialmente a pele do alvo, e a taser emite ondas T, que resultam em falta de coordenação neuromuscular em quase 100% dos casos. "A pessoa não consegue ficar de pé, independentemente da força física ou do peso. Ela fica consciente, pensa em se movimentar, mas não consegue", afirma o sargento Gilberto Silva.

O policial tem então cinco segundos para dominar a pessoa e algemá-la, segundo o sargento.

CONTROLE
A taser possui controle interno que registra dados dos últimos 585 disparos e, quando acionada, solta, além dos eletrodos, trinta miniconfetes que possuem código de identificação da arma utilizada. "Desta forma, dá para ter controle e identificar quem atirou com o equipamento", avisa o sargento.

Pesquisa diz que equipamento não é letal quando bem usado

Apesar de existir alguns casos em que o uso da taser causou a morte da pessoa atingida, a arma é considerada não letal. Uma pesquisa realizada pelo Incor (Instituto do Coração) atesta que a arma não provoca problemas cardíacos, como já se suspeitou.

Durante o estudo, foram feitos testes em 579 voluntários, e não verificou-se arritmia cardíaca ou dano no miocárdio que pudesse levar à morte de quem é atingido pela arma.

O sargento Gilberto Silva, instrutor da taser, afirma que a letalidade está na conduta do policial que usa a arma. "A pessoa atingida perde a coordenação e fica paralisada. Se estiver perto de uma piscina, pode cair e morrer afogada. Se estiver em um viaduto, pode despencar e morrer pela queda."

Silva salienta que a taser não é usada em crianças e idosos e que o alvo preferencial são as costas do agressor. "Os eletrodos são perfurantes e podem atingir os olhos ou, no caso das mulheres, os seios. Isso poderia causar lesões mais sérias", alerta.




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