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Cooperativas de crédito movem R$ 30 bi
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
15/10/2007 | 07:06
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As cooperativas de crédito movimentam anualmente R$ 30 bilhões no País. Hoje, são 3,2 milhões de pessoas associadas a uma das 1.432 cooperativas espalhadas em território nacional. Só no Grande ABC são 18.

Os juros e as taxas de serviço muito mais baixas que as aplicadas pelos bancos servem de estímulo para que pessoas como José Roberto dos Santos Costamanha, de 44 anos, recorram à estas instituições na hora de fazer um empréstimo.

Roberto é funcionário da Rhodia, em Santo André, há 20 anos e sócio da CrediRhodia há 13. “Faço empréstimos para reformar a casa ou quando quero trocar de carro. O juros é muito baixo se você comparar com um banco”, explica.

A Cooperativa CrediRhodia existe há 40 anos e possui 2.033 associados, todos funcionários da Rhodia. “Conseguimos atingir 94% dos funcionários” explica o gerente da CrediRhodia, Irineu Aparecido Forte.

O empréstimo feito pela cooperativa pode ser pago em até 36 vezes, com juros mensais de 1,29%. Enquanto isso, o juros cobrados pelos bancos variam entre 4,25% e 5,92% ao mês.

“O que diferencia uma cooperativa de um banco ou uma empresa privada de crédito é que ela não visa o lucro, e sim a ajuda mútua entre os cooperados”, explica o presidente do Conselho de Administração da Sicoob Central Cecresp (Central das Cooperativas do Estado de São Paulo), Manoel Messias da Silva.

Segundo ele, a principal preocupação das cooperativas é estimular associados a manter uma vida econômica saudável. Geralmente atuam dentro de empresas ou categorias econômicas e fazem duas operações: captação de capital (em que o sócio deposita mensalmente dinheiro) e disponibilização de empréstimos.

O dinheiro captado rende em média 2% ao mês, mais do que a poupança. No final de cada ano, a sobra do montante é dividida proporcionalmente aos cooperados. “É um bom negócio porque ajuda os associados a poupar”.

“Nosso intuito é ajudar as pessoas”, explica a presidente da CrediABC (Cooperativa de crédito mútuo dos servidores públicos municipais do Grande ABC), Vera Lucia Sabatini. Por isso, o valor das prestações é descontado em folha de pagamento e não pode ultrapassar 50% do salário líquido. Os juros também são baixos: variam de 1,75% a 2,75% por mês. A integralização (contribuição) mínima é de R$ 16 por mês. A única exigência é que o associado seja funcionário público de São Bernardo.

Empresários - O Sicoob CrediAcisa, em Santo André, existe há um ano e beneficia micro e pequenos empresários. “Oferecemos os mesmos serviços que os bancos, mas com juros baixos podemos ajudar os empresários a crescer. Quando ele cresce, o número de empregos também aumenta”, explica o gerente da instituição Décio Milani.

Como funciona:

1 – Mensalmente o associado faz uma contribuição em dinheiro para a Cooperativa (integralização). O valor é aplicado em uma conta geral e rende, em média, 2% ao mês.

2 – Quando necessário o associado pode fazer um empréstimo. As taxas de juros são bem mais baixas que as de mercado (variam de 1,5% a 3%). O pagamento é parcelado e, em muitas cooperativas, o desconto é feito na folha salarial.

3 – No final do ano, o que sobrou é distribuído para todos os sócios proporcionalmente. O dinheiro pode ser retirado, ou mantido como capital da cooperativa e assim, patrocinar outros empréstimos.





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