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'Não me conformo com a minha incompetência', desabafa Dirceu
Por Do Diário OnLine
17/03/2004 | 00:51
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O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, quebrou nesta terça-feira o silêncio imposto por ele próprio após o escândalo Waldomiro Diniz e, em tom de desabafo, fez um longo discurso no Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas do PT, em Brasília. Para uma platéia de mais de 300 pessoas, ele disse ter passado os "piores momentos" de sua vida desde que as denúncias contra o ex-assessor da Presidência vieram à tona e garantiu que "daqui 15, 30 dias" vai colocar "os pingos nos is". "Não vou deixar nada sem resposta, mas não é o momento adequado", garantiu.

Visivelmente empolgado para falar, Dirceu disse não se conformar com sua "incompetência de não ter dado conta e de não ter resolvido esse problema". "Me dói no fundo da alma ter sido responsável", declarou, referindo-se a Waldomiro Diniz, indicado por ele para o cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. "Eu vou superar isso, podem ter certeza. Quero falar da minha inquebrantável determinação de continuar servindo ao Brasil e ao presidente Lula", continuou.

Sem citar nomes, Dirceu também aproveitou para atacar "aqueles que tentaram tirar proveito das denúncias" para desestabilizar o governo. "Alguns namoram com o perigo tentando desestabilizar o governo. Outros namoram com o sonho de nos derrotar nas eleição de 2004 e de antecipar o calendário eleitoral. Todos em busca de um objetivo: desarrumar a política econômica e desarrumar o núcleo dirigente do governo", afirmou.

Sobre as críticas — inclusive dos aliados — sobre a forma como a política econômica vem sendo conduzida, o ministro garantiu que "nenhum tratamento suicida" será adotado pelo governo, como uma queda drástica na taxa de juros. "Não haverá mudança na política econômica contra o ministro Palocci. Não é verdade que no núcleo do governo existe oposição às medidas que são adotadas. Existe solidariedade, coesão e apoio, mas nós não somos vacas de presépio e nem somos de um partido antidemocrático. Debatemos e discutimos, dissentimos e fazemos propostas", disse o ministro.




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