Política Titulo Crise política
Entidades da região aderem postura pela queda de Dilma

Dirigentes de OABs e associações comerciais
se declaram a favor da saída da presidente Dilma

Por Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/03/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Entidades do Grande ABC demonstraram ontem pela primeira vez, publicamente, postura de adesão à queda da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), à frente do Planalto há cinco anos, mas apenas um ano e três meses na condução do segundo mandato. Seguindo as direções nacional e estadual, as subsecções da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da região protocolaram, nas respectivas Câmaras, moção de apoio à solicitação de abertura do processo de impeachment. Dirigentes de associação comercial também manifestaram-se favoráveis ao afastamento da petista – embora em posições ainda individuais, não institucional – por considerar a situação insustentável.

O presidente da OAB de São Bernardo, Luís Ricardo Davanzo (PRB), alegou que – lembrando texto apresentado pela entidade – há neste momento postura institucional da OAB, tanto no conselho federal quanto nos estaduais, no sentido de propor pedido de impeachment. “É determinação da entidade. No entanto, não é pré-julgamento. Nós estamos contando (no documento formal) que existem denúncias e que têm de ser apuradas. E assim ser respeitado o processo legal, o direito da ampla defesa.”

A nacional da OAB entrou oficialmente ontem, sob tumulto, com pedido na Câmara Federal. Material se soma a mais 11 pedidos pendentes de análise. A definição da entidade possui por base o aval, no dia 19, de relatório que aponta crime de responsabilidade pela petista no exercício do atual mandato. O documento cita tentativa de interferência nas investigações da Operação Lava Jato, inclusive na nomeação do ex-presidente Lula (PT), que é investigado, como ministro-chefe da Casa Civil, conceder renúncia fiscal à Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014, além de ter autorizado as ‘pedaladas fiscais’, no caso dos atrasos no pagamento a bancos para maquiar as contas públicas.

Dirigente da OAB de Santo André, Roberto Gonçalves confirmou que a entidade local também formulou documento e formalizou no Legislativo, que agora passará por votação em plenário. O requerimento pede que as apreciações sejam encaminhadas a Brasília. “Veio orientação da direção central. Estamos seguindo a ética institucional”, disse, ao acrescentar que não entraria no mérito da questão do eventual crime praticado por Dilma, conforme citado no relatório. “A certeza é que o governo precisa ser revisto”, justificou.

Adilson Paulo Dias, presidente da OAB de São Caetano, disse que a aprovação se deu por unanimidade, bem como ocorreu em Diadema. Em Ribeirão Pires, a moção foi lida ontem na Câmara, sem votação do texto. Houve clima de tensão.

Comandante da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, citou que, diante de Dilma descartar a renúncia, a entidade vai marcar posição ainda no decorrer da semana em favor do impeachment. “Não é pela pessoa ou questões partidárias, simplesmente porque o País não tem mais condições de ficar nesta letargia. Ficou ingovernável, perdeu sua credibilidade. A economia ficou paralisada e precisamos urgentemente gerar emprego.”

A Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) colocou faixa no prédio pelo fim da corrupção. O presidente Evenson Dotto falou que a atitude é para expor posicionamento sem questões partidárias. “A diretoria, em sua grande maioria, é favorável pelo afastamento rápido da presidente”, disse, assinalando que não há postura oficial da entidade sobre o impeachment. (colaboraram Júnior Carvalho, Leandro Baldini e Vitória Rocha) 




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