Política Titulo Mauá
Filiação de Atila no PSB divide apoio de Alckmin

Deputado ingressou no partido pelas mãos de Márcio França; para Volpi, união entre socialistas e tucanos não interfere na disputa local

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
26/03/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Ingresso do deputado estadual Atila Jacomussi no PSB para ser candidato à Prefeitura de Mauá deixará o governador Geraldo Alckmin (PSDB) dividido na eleição de outubro. O tucanato terá o ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi como candidato próprio ao Paço mauaense, mas a influência do vice-governador e presidente do PSB paulista, Márcio França, na filiação de Atila tende a rachar a posição do Palácio dos Bandeirantes.

Pesa à favor de Atila sua aproximação com o governador. Desde que assumiu mandato na Assembleia Legislativa, o parlamentar sempre adotou postura governista em detrimento da postura oposicionista do PCdoB – sigla pela qual foi eleito em 2014 – a administrações tucanas. A cúpula estadual do PSDB também vê o projeto de Atila com bons olhos. O tucanato paulista, inclusive, chegou a cogitar abdicar da candidatura de Volpi e apostar no nome do parlamentar – plano abortado depois de o PSDB mauaense insistir na candidatura do ex-prefeito.

Como alternativa à divisão, cogita-se nos bastidores a ausência de Alckmin no primeiro turno do pleito em Mauá, como fez na eleição de 2012. Na ocasião, não apoiou formalmente o candidato do partido, o ex-vereador Edimar da Reciclagem – terminou em quinto lugar –, mas pediu votos à deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) na reta final da disputa. A postura foi a mesma em Diadema. Lá, o PSDB tinha a ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira como candidata ao Paço – ficou em terceira colocação –, mas o governador só agiu pessoalmente no pleito depois que o PSDB local decidiu apoiar o hoje prefeito Lauro Michels (PV, ex-PSDB) na disputa contra o então prefeito Mário Reali (PT).

Volpi minimizou a divisão e disse acreditar na disposição de Alckmin em apoiá-lo. O ex-prefeito também goza de prestígio no Palácio dos Bandeirantes. Foi secretário estadual adjunto de Esportes e hoje comanda o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo). “Não tenho absolutamente nada a ver com a filiação do Atila (no PSB) e acredito que o vice-governador pode vir apoiá-lo e o governador vir me apoiar”, analisou Volpi.

Para o presidente do PSDB municipal, Márcio Canuto, há consenso no governo estadual para que tucanos e socialistas rivalizem em várias cidades. “Isso não será problema para o governador”, ponderou.

DESEMPENHO
Tucanos de Mauá estão convictos de que, para que Alckmin suba no palanque de Volpi, o ex-prefeito precisa garantir melhor desempenho nas próximas pesquisas internas da legenda. O tucanato mauaense aposta que o ex-gestor seja diretamente beneficiado com a desistência de Vanessa do páreo – a parlamentar decidiu apoiar Atila. Em dezembro, Volpi apareceu com 5% das intenções de voto em dois cenários especulados pelo DGABC Pesquisas. 




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