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Diálogo para acabar com tarifa adicional de táxis não avança

Possibilidade de cortar taxa por foi anunciada
há 1 ano, mas categoria não teve debate de tema

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
04/03/2016 | 07:00
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Nario Barbosa


A extinção da tarifa adicional por mudança de município, praticada nos táxis da região, não avançou em um ano. Em março de 2015, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC anunciou a intenção de dialogar com os taxistas para acabar com a taxa de 50% sobre o valor da corrida quando há troca de cidade, mas, conforme representante da categoria, desde então não houve nenhuma conversa sobre o tema.

Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas do Grande ABC, Odemar Ferreira, a categoria, que atualmente é representada por 1.470 profissionais na região, está na expectativa há um ano. “Naquela reunião, comentaram a respeito disso, mas nada foi conversado. Na próxima segunda-feira tem reunião de prefeitos e a gente fica na expectativa para saber se vão chamar alguém do sindicato.”

O presidente afirmou que não há nenhuma restrição a falar sobre o assunto e que os taxistas estão abertos a negociações. “Tudo precisa ser conversado. Tentamos entrar em contato com alguém lá de dentro (do Consórcio), mas ninguém sabe nos informar quem é o responsável.”

A proposta de negociação do Consórcio surgiu em contrapartida ao reajuste de 12,99% na tarifa, que é unificada na região e foi anunciada no ano passado. A bandeirada, que antes custava R$ 4, passou para R$ 4,50, e o quilômetro rodado na bandeira 1, R$ 2,42.

Apesar de esse valor ser definido a cada dois anos, por meio do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o presidente afirma que há possibilidade de mais reajustes. “A tarifa é a mesma, mas tudo está mais caro por causa da crise. O combustível e o pneu aumentaram.”

O Diário conversou com taxistas sobre a possível exclusão da tarifa e a maioria discorda. “Temos muitos gastos, não só com o carro, mas com documentos e ponto. É injusto e preocupante”, disse José Luiz Boiago, 53 anos, que está há 30 trabalhando no mesmo local em Santo André.

Zeilton Tardoque, 46 anos, atua na profissão há 26 anos em Mauá. Ele afirmou que, muitas vezes, a cobrança da taxa gera discussão com o passageiro. “As pessoas não entendem e só querem pagar o que está no taxímetro.”

“Essa taxa sempre existiu e sempre foi muito criticada, mas, no meu caso, se ela for extinta, não faço mais corridas para fora do município. Não vale a pena”, afirmou Romualdo Mariano, 61, que trabalha no ramo há 38 anos.

Questionado, o Consórcio afirmou que a mudança na taxa de divisa entre os municípios do Grande ABC é uma reivindicação regional junto às entidades representativas da categoria. “O último reajuste não conseguiu esgotar essa questão, estabelecendo a continuidade das discussões sobre o tema, que permanece na pauta por decisão dos prefeitos.” Não foi sinalizada a data de possível conversa sobre o assunto.

Usuários do serviço são a favor de alteração na cobrança

Quem precisa do táxi na região vê com bons olhos o fim da taxa de mudança entre cidades. A relações públicas de São Bernardo Amanda Froes Pederiva, 23 anos, utiliza o serviço frequentemente e o avalia como bom, mas caro. “As tarifas são muito altas e não tenho certeza se as contas feitas são corretas. Acredito que seja um serviço muito útil, mas com preço elevado, não é financeiramente acessível para todas as classes, em todas as situações.”

O advogado de Santo André Victor Hugo de Barros Silva, 34, também é a favor da medida. “Por exemplo, uma corrida para São Caetano pode marcar R$ 30 no taxímetro, mas temos que pagar R$ 45. Isso sem falar quando se pega um táxi no aeroporto para Santo André, que fica em R$ 200. Quem acaba sofrendo é o nosso bolso”, afirmou.

Já o auxiliar de construção de Mauá Adeildo Januário da Silva, 43, afirma que a mudança precisa ser no transporte público. “Deviam se preocupar em colocar mais ônibus na cidade. Assim não demorava tanto e eu não precisava usar o táxi, que é bem mais caro.”   




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