Política Titulo Desabastecimento
MP investiga problemas no Hospital Mário Covas

Munícipe denuncia longas filas e falta de medicamentos em Farmácia de Alto Custo do equipamento

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/02/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O Ministério Público foi acionado ontem para investigar as causas das longas filas de espera e da falta de medicamentos na Farmácia de Alto Custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Foram denunciados o comando do Hospital Mário Covas e a Secretaria de Estado da Saúde.

O munícipe Marcelo Sarti levou à Promotoria andreense série de reportagens publicadas pelo Diário relatando os problemas no equipamento de Saúde.

“Há descaso do Hospital Mário Covas, assim como da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, quanto ao tratamento dado aos pacientes na entrega de remédios de alto custo, na sua grande maioria idosa e com sérios problemas de Saúde”, ponderou Sarti, em sua representação. “Apresento também comprovação de filas de até quatro horas, num ambiente totalmente impróprio, principalmente por se tratar de pessoas com problemas de saúde. Há falta de cadeiras para acomodação de todos (...) Algo muito triste e que, pelo menos para mim, alguma coisa precisa ser feita urgentemente”, adicionou.

Pelo trâmite, o promotor pode instaurar procedimento preparatório de inquérito civil, etapa prévia de investigação do caso. Se encontrar elementos que corroborem com a denúncia do munícipe, ele poderá abrir inquérito e até mesmo propor ação civil pública à Justiça responsabilizando os comandantes dos setores denunciados.

Pelo menos há três anos o Diário mostra que usuários da Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas enfrentam filas que costumam durar quatro horas. Inicialmente, a Pasta de Saúde mudou o sistema de triagem dos pacientes, mas que, na prática, pouco surtiu efeito para redução do tempo de espera.

No início do mês, munícipes relataram que faltavam medicamentos no posto. A reclamação era pela ausência de quatro remédios na lista, o que poderia complicar tratamentos de pacientes crônicos. No dia 4, o Diário mostrou que a farmácia não tinha à disposição Mesalazina 500 mg e Pentasa 500 mg (ambos com fórmula similar, anti-inflamatórios), Risperidona 1 mg e Oxcarbazepina 600 mg (os dois para tratamento da esquizofrenia).

O governo do Estado chegou a prometer que haveria descentralização da distribuição dos medicamentos e anunciou que estudava como postos os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André e Mauá, além do Hospital São Caetano. O secretário de Saúde, David Uip, garantiu que até dezembro haveria solução para o impasse, mas a proposta não foi aplicada na prática e segue sem data para ser implementada. De acordo com o Estado, o atraso deve-se “ao cumprimento de uma série de etapas complexas, envolvendo a pactuação com os municípios, estudo e definição de locais para a retirada dos medicamentos”. 




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