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Atropelamento leva menino à seleção
Por Kátia Kazedani
Do Diário do Grande ABC
15/11/2007 | 07:32
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Aos nove anos, José Eduardo Soares Neto foi atropelado enquanto jogava bola na rua em frente sua casa em Diadema. No entanto, o acidente que poderia ter tirado a vida do garoto, foi um estímulo para que ele começasse a jogar basquete. "O médico disse que meu filho não poderia mais jogar futebol. Na hora pensei em levá-lo para a escolinha de basquete", explicou Ademir do Carmo Soares, pai do menino.

Na primeira aula de basquete, Neto não gostou e ficou tímido. Mas, apesar disso, a professora, Maria Neide Leme, percebeu logo no início que ele tinha futuro. "Sabia que ele daria certo desde o começo. Um dos motivos é a altura (dois metros) e o outro era apenas uma questão de superação. Ele precisava perder a timidez para mostrar todo o potencial. Foi isso o que aconteceu."

E, hoje, aos 15 anos, Neto já defendeu a Seleção Brasileira de basquete sub-16 e garantiu uma medalha de bronze na Copa Sul Americana realizada em outubro na Argentina.

Segundo o garoto de Diadema, esse foi o primeiro passo para ele chegar na equipe principal. "O meu objetivo é defender a seleção principal quando tiver a idade certa. Essa convocação me deu mais estímulo para eu me dedicar ao esporte", explicou Neto, que defende o Paulistano desde 2006.

Para chegar à seleção sub-16, Neto foi um dos 22 escolhidos para participar da seletiva. Durante dez dias, em setembro, os atletas fizeram amistosos com outras equipes em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. "Nunca imaginei que seria chamado. O Neto (técnico) conversava primeiro com os que não seriam convocados e fui ficando para o final e quando ele disse que eu tinha sido escolhido fiquei muito emocionado", afirmou o pivô.

Dedicação – Neto treina três vezes por semana e, como defende o Paulistano nos torneios, que são realizados nos finais de semana, fica com pouco tempo para ter uma vida igual à dos garotos da mesma idade. "Acho que vale a pena deixar de sair para alcançar os meus sonhos", explica o atleta, que garante que o esporte foi fundamental para sua formação pessoal. "Se não estivesse jogando, talvez teria ido para um caminho errado ou estaria em casa sem fazer nada."

Segundo o jogador, ele recebe apoio da família para continuar com os treinos. "Meu pai nunca faltou em nenhum jogo e isso faz a diferença, principalmente no começo, quando ainda não sabemos o que queremos", explicou.

Para Soares, a dedicação do filho é decisiva para as conquistas."Acordávamos às 5h e acompanhava meu filho ao ponto de ônibus para ele ir treinar em São Paulo. Muitas vezes disse a ele para desistir, mas ele respondia 'não, pai, é isso que eu quero', então pensei que se isso for fazê-lo feliz estarei sempre ao lado dele."




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