Especializar-se no atendimento a um segmento, no caso o de transporte de cargas, e, ao mesmo tempo, diversificar a atuação, criando diversos braços, como corretora de seguros, empresa de tecnologia, de assessoria jurídica e de treinamento, entre outras, sempre com o foco em atender companhias dessa área. Essa tem sido a receita da Paulicon, de São Bernardo, para registrar crescimento de 10% a 20% ao ano nos últimos cinco anos. Mesmo em meio à crise econômica do País, o grupo, que fatura R$ 8 milhões anuais, deve crescer mais 20% em vendas em 2015 em relação a 2014 projeta o sócio Marco Aurélio Guimarães Pereira, 55 anos.

Com equipe de 60 funcionários e cerca de 200 clientes ativos, a Paulicon completou na semana passada 30 anos de existência, dos quais 20 dedicados a esse setor. Pereira conta que, no início, a empresa fazia serviços contábeis para áreas diversas. No entanto, ele e seu outro sócio, Alcides Joaquim Bonfim, perceberam que esse era um nicho promissor, em que muitas companhias não se davam conta de diferenças fiscais e tributárias entre os Estados e acabavam perdendo dinheiro, por exemplo, sendo autuadas por esse desconhecimento ou deixando de recuperar crédito tributário a que teriam direito.

Ele conta ainda que, nos últimos anos, as empresas atendidas abriram filiais pelo Brasil, até por uma questão de logística. “Começamos então a entender as legislações; não digo de 100%, mas as de 20 Estados hoje nós temos domínio, e em vez de (o cliente) contratar um contador em outro Estado, passamos a fazer a contabilidade aqui em São Paulo para ter uma informação mais centralizada”, disse. Ele cita que a Paulicon envia consultores, por exemplo, para o Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Minas Gerais, por exemplo, para visitar as transportadoras e fazer as conferências e também para dar treinamentos.

Com o passar do tempo, o grupo foi crescendo. “Com o andar da carruagem, além da parte contábil, damos assistência jurídica; esse é um segmento com muito contencioso, por causa de acidentes de trânsito e processos trabalhistas e, por isso, mantemos hoje um corpo de advogados. Depois, verificamos que muitas empresas tinham problemas de sinistros e abrimos uma corretora, que já tem 13 anos, com seguros só voltado ao segmento”, diz. “Há quatro anos, percebemos ainda que na área contábil, para ter mais assertividade nos números, muitas empresas tinham problemas com sistemas de gestão; nós não desenvolvemos, mas parametrizamos (ou seja, faz a padronização dos procedimentos).” Desse braço, surgiu outra empresa que dá assistência em infraestrutura tecnológica.

Pereira destaca que, com esse serviços, os empresários atendidos podem, com uma única ligação, obter soluções para diversas questões ligadas à atividade de transporte. “Conseguimos criar uma fidelização maior. E o cliente consegue negociar melhor o preço”, diz.

Os planos de expansão não param por aí. Um dos focos agora é criar programa de treinamento a distância para o segmento, para orientar sobre questões práticas do dia a dia das transportadoras na área contábil.