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Segurança aérea na Indonésia é questionada após acidente
Da AFP
07/03/2007 | 13:14
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Analistas consideram que o acidente do vôo Garuda evidencia a necessidade de reforçar as normas de segurança aérea no arquipélago. A tragédia desta quarta-feira que deixou pelo menos 22 mortos nesta quarta-feira na Indonésia,

O incêndio do Boeing 737 acontece apenas nove semanas depois do acidente de um aparelho da companhia Adam Air, que deixou 102 mortos. O acidente desta quarta-feira foi provocado por uma falha na aterrissagem no aeroporto de Yogyakarta,

A nova tragédia reforça a opinião de que a cultura da segurança é praticamente inexistente na Indonésia, afirma Shukor Yusof, especialista do setor aéreo em Standard and Poor's na Cingapura.

"Considerando a freqüência dos acidentes de avião (na Indonésia), isso também suscita dúvidas sobre qualquer forma de investimentos nas companhias que praticam preços baixos (como a Adam Air), em pleno crescimento no país", acrescentou.

De acordo com um funcionário da base aérea de Yogyakarta (centro), o Boeing 737 de Garuda, que pegou fogo depois de uma falha no pouso, "ia rápido demais ou acelerou demais, o que fez com que ele saísse da pista de cerca de 300 metros".

"Peças do aparelho ficaram na pista, como as rodas ou as alas", declarou Benyamin Dandel.

No mês passado, as autoridades indonésias haviam proibido de voar todos os Boeing 737-300 da Adam Air, depois de um acidente provocado por uma falha na aterrissagem. A fuselagem do avião chegou a ficar deformada, mas não houve vítimas.

Sutan Salahuddin, ex-piloto de Adam Air, havia acusado em janeiro a companhia de obrigar seus pilotos a voar em aparelhos com peças deficientes ou não conformes às normas de segurança.

"Não se trata da idade dos aparelhos", estimou, no entanto, Shukor. "Trata-se da falta de funcionários formados encarregados de controlar os aviões. Se o governo não tomar providências sérias, acho que o próximo acidente é apenas uma questão de tempo", advertiu.

Tom Ballantyne, correspondente da revista especializada Orient Aviation, também insistiu na "necessidade de reforçar as normas de segurança na Indonésia".

Ballantyne explica que o desafio é urgente, agora que as pequenas companhias se precipitam no mercado aproveitando a liberalização do céu indonésio. Porém, estas empresas não têm o dinheiro necessário para aplicar rigorosamente as normas de segurança.

Também faltam na Indonésia inspetores formados e pessoas responsáveis pelas operações de segurança dentro do governo. "Não é possível controlar um aparelho a cada seis meses. São necessários controles regulares para verificar os procedimentos de manutenção e garantir que eles estejam em conformidade com as normas internacionais de segurança", preconizou o especialista.




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