Internacional Titulo Estados Unidos
Hillary Clinton confronta críticas no primeiro debate do Partido Democrata

Temas principais foram armas, política externa
e investigação sobre o uso indevido de e-mail

14/10/2015 | 01:25
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AP


O primeiro debate entre os pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos do Partido Democrata ocorreu na noite desta terça-feira em Las Vegas e muito do tempo foi dedicado aos oponentes de Hillary Clinton, Martin O''Malley, ex-governador de Maryland, Jim Webb, ex-governador da Virgínia, Lincoln Chafee, ex-governador e senador de Rhode Island e Bernie Sanders, buscarem de alguma maneira criticar ou diminuir as chances da candidata, que lidera as pesquisas de opinião para comandar a Casa Branca.

Os temas principais do debate foram o controle de armas, política externa e a investigação do Partido Republicano sobre o uso indevido do e-mail pessoal de Hillary Clinton, então Secretária de Estado do presidente dos EUA, Barack Obama, para tratar de assuntos privados do governo.

Sobre o tema do controle de armas, Clinton foi questionada se seu principal rival, Bernie Sanders, era duro o suficiente sobre o tema. A sua resposta: "Não, nem um pouco". Ela destacou que ele se opôs repetidamente à lei Brady, que obrigava a verificação de antecedentes para obter uma arma, e votou a favor de conceder imunidade contra processos aos fabricantes de armas.

O primeiro debate dos candidatos Democratas provou ser tão duro e crucial quanto o primeiro debate dos pré-candidatos do Partido Republicano. Entretanto, ao contrário dos Republicanos, os Democratas se focaram majoritariamente nos conteúdos, discutindo sobre o que não concordavam politicamente, ao invés de atacar pessoalmente um ao outro.

Enquanto Hillary e Sanders foram o foco principal - e considerados os "vencedores" do debate - os outros três candidatos também tiveram seus momentos de destaque.

Chafee usou seu pronunciamento de abertura para salientar que em toda sua carreira política não sofreu nenhum "escâdalo" - um tiro direto para Hillary e seu marido, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, que enfrentou uma série de investigações durante seu governo.

Cliton foi bombardeada por todos os lados, à medida que seus oponentes questionaram seu posições e sua história no Senado e no Departamento de Estado. Os outros candidatos também salientaram o voto de Hillary a favor de os EUA invadirem o Iraque após os atentados de 11 de setembro de 2001 - a mesma questão que prejudicou sua candidatura à presidência em 2008.

Sanders foi o primeiro a fazer a crítica, caracterizando a guerra no Iraque como "o pior erro de política externa na história dos Estados Unidos".

Hillary, que passou meses respondendo questões sobre o uso de seu e-mail pessoal quando era Secretária de Estados, ao ser questionada sobre o tema deu uma resposta familiar, afirmando que cometeu um erro, mas afirmou que toda a questão estava sendo usada pelos Republicanos para acabar prejudicar sua campanha.

"É um veículo partidário, como foi admitido pelo líder da Câmara...para diminuir meus números na votação, que grande surpresa", ela respondeu. "Eu ainda estou de pé", declarou.

Ela recebeu apoio de Sanders, que afirmou que concorda com Hillary, e declarou que os norte-americanos querem saber sobres os temas críticos que afetam suas vidas.

"O povo americano está cansado de ouvir sobre seus malditos e-mails", disse Sanders, para o prazer de Hillary. "Chega desses e-mails! Vamos falar sobre as questões que os Estados Unidos precisam enfrentar", comentou.

Sanders abriu o debate falando sobre os temas que colocou como foco central de sua campanha - desigualdade de renda, a luta contra as mudanças climáticas e a transformação do sistema político. "Essa campanha é sobre se podemos mobilizar as pessoas a tirar o poder do governo dos bilionários e criar uma democracia vibrante que sabemos que devemos e podemos ter", declarou.

Sanders, que se autoproclama um social-democrata, foi questionado se ele poderia ser eleito ao ter o "socialismo" ligado a sua candidatura. Ele afirmou que sua missão é confrontar a desigualdade econômica e usar o governo para atender às necessidades não satisfeitas, como um sistema de saúde para todos.

Questionado se considera-se um capitalista, Sander disse "Eu me considero parte do processo capitalista de cassino, no qual tão poucos têm tanto e tantos têm tão pouco? Não, eu não me considero. Eu acredito em uma sociedade na qual todas as pessoas progridem, não apenas um punhado de bilionários", declarou.




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