O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), abriu possibilidade de recontratar o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro (PT). O tema foi colocado em discussão durante reunião do secretariado pela manhã, no Paço.

Chioro foi demitido pela presidente Dilma Rousseff (PT), pelo telefone, na terça-feira. Será substituído por um deputado do PMDB, numa tentativa de a presidente retomar governabilidade no Congresso – os deputados federais Manoel Júnior (PMDB-PB) e Marcelo Castro (PMDB-PI) são os mais cotados para ocupar a vaga no primeiro escalão do governo federal.

Marinho sinalizou pelo regresso de Chioro de maneira polida para não causar ruído no seu secretariado às vésperas de definir o secretário Tarcisio Secoli, de Serviços Urbanos, como nome do PT na corrida sucessória. Segundo apurou a equipe do Diário, o prefeito afirmou aos comandados que Chioro é bom quadro e que pode ser aproveitado, evitando cravar readmissão do petista.

Chioro foi secretário de Saúde de São Bernardo entre janeiro de 2009 e janeiro de 2014, quando aceitou convite de Dilma para substituir Alexandre Padilha na Pasta de Saúde. A nomeação fez parte também de acomodação política, pois Marinho queria ser candidato do PT ao governo do Estado, mas foi preterido por Padilha.

À época da troca no comando do ministério, Marinho optou por alçar a então secretária adjunta de Saúde, Odete Carmen Gialdi, ao lugar de Chioro. Na avaliação de interlocutores do Paço, não haveria ranço com Odete se seu antigo chefe regressar à cidade.

Pendência eleitoral que precisa ser resolvida até hoje é se eventual volta de Chioro também tem como objetivo de Marinho colocar mais um personagem no cenário de sucessão. O ex-ministro chegou a ser cotado como candidato do PT em São Bernardo no passado, mas, pela legislação eleitoral, ele precisa transferir seu título de Santos para a cidade do Grande ABC até hoje.

A possibilidade mais forte é que Chioro seja prefeiturável em Santos. Ele poderia ficar como secretário de Saúde em São Bernardo até o primeiro trimestre de 2016, quando teria de se desincompatibilizar do cargo para figurar nas urnas.