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Cientistas estudam como potencializar efeitos da eletroterapia
Júlia Faria
Ciência Hoje/RJ
25/01/2010 | 07:01
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Os efeitos da eletroterapia tumoral (ETT), técnica que utiliza a aplicação de correntes elétricas no tratamento do câncer, podem ser potencializados com a ajuda da nanotecnologia. A novidade é resultado do trabalho de um grupo de pesquisadores da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Segundo a coordenadora da pesquisa, a farmacêutica e biofísica Carla Holandino, foi preciso entender, primeiramente, como as células cancerosas morrem após a aplicação das descargas elétricas. Por razões desconhecidas, essas células perdem capacidade de fazer apoptose, uma espécie de suicídio celular natural em outras células do corpo.

Esse mecanismo, entretanto, é reativado pela eletroterapia tumoral. As correntes elétricas geram reações que produzem uma espécie oxidante, denominada cloramina. É essa substância que induz à apoptose. Após essa constatação, os pesquisadores perceberam que a ETT poderia obter resultados mais eficazes se houvesse maior produção de cloramina no meio celular afetado pelo câncer. Portanto, a questão era descobrir como ampliar essa produção.

Nanotecnologia como alternativa

Os cientistas da UFRJ perceberam que a resposta poderia estar na nanotecnologia. Eles desenvolveram partículas que, em determinadas condições, potencializam em cerca de 50% os efeitos da eletroterapia, aumentando a eficácia do tratamento. A inovação permite a utilização de correntes elétricas com intensidade menor, o que pode diminuir a ocorrência de necrose e, consequentemente, a disseminação de células com alterações genéticas no organismo doente.

Foram desenvolvidas duas formulações farmacêuticas, uma para uso tópico (um gel) e outra para uso injetável. A cada formulação foram incorporadas as nanopartículas contendo o aminoácido L-tirosina. Para Holandino, o resultado é promissor.

" Esperamos que a técnica possa ser empregada principalmente para aqueles tumores refratários à radio e à quimioterapia", afirma.

Na atual fase de pesquisa, os cientistas pretendem ampliar o número de testes em animais e desenvolver um modelo para carcinomas de pulmão, a ser aplicado em pacientes do Hospital Universitário da UFRJ. A inovação já foi patenteada em nome da Universidade Federal do Rio de Janeiro.




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