Economia Titulo Irregularidades
Fraudes com CPF têm alta de 30% neste ano

Problemas envolvendo cartão clonado geram procura por monitoramento dos dados

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/08/2015 | 07:00
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Marina Brandão


O comércio eletrônico, ao mesmo tempo em que oferece vantagens ao consumidor, pela comodidade da compra a distância, ainda oferece riscos. Fraudes com CPF cresceram 30% no primeiro semestre em número de operações e 70% em termos de valores (subiu de R$ 900 milhões nos seis meses iniciais de 2014 para R$ 1,3 bilhão neste ano). Um dos principais focos desses desvios são as compras via internet com cartão de crédito clonado, aponta a CCFácil, uma das maiores distribuidoras de serviços de consultas cadastrais do Serasa Experian no País.

Por conta da disseminação dos problemas desse tipo, a empresa, que tem sede em São Caetano, vem apostando no mercado de monitoramento de CPF. Fundada há dez anos, inicialmente com o atendimento a pessoas jurídicas, a companhia da região cresceu 50% nos últimos três anos com base nesse mercado, que atualmente ainda é pequeno no Brasil. Neste ano, a perspectiva é ampliar em mais 10% as vendas, apesar da crise econômica nacional.

No entanto, há potencial para expansão. “No Brasil não chega a 5% o número de pessoas que usam o monitoramento. Nos Estados Unidos, 90% dos cidadãos têm”, diz o gerente da empresa, Alexandre Oliveira. Ele acrescenta que um dos fatores para isso é que no mercado norte-americano é difundido o cadastro positivo, em que a pessoa se beneficia com taxas de juros menores se for boa pagadora. Já no Brasil, a legislação que favorece quem paga em dia é recente e exige a autorização prévia do consumidor.

Atualmente, a CCFácil, que tem quadro enxuto de 20 funcionários, conta com 40 mil clientes ativos, que recebem avisos sempre que são feitas compras com seu nome. Por tarifa mensal de R$ 20, o consumidor pode verificar rapidamente se fez ou não a aquisição de produtos em determinado site ou mesmo em estabelecimento físico.

Oliveira cita que cerca de 30% dos usuários de cartão no País já sofreram com fraudes. Ele acrescenta que, além de ajudar a evitar dores de cabeça com compras na internet, o serviço pode evitar outros problemas. Em caso de falsificação de documentos pessoais por criminosos interessados em se passar por outra pessoa para efetuar compras em lojas físicas, o consumidor pode ser rapidamente avisado, antes que seu nome seja negativado.

A CCFácil oferece ainda outro produto para pessoa física: a possibilidade de consultar o histórico de empresas com as quais vai fechar contratos (por exemplo bufê e agências de viagem), para saber se elas são idôneas, se têm ações judiciais, dívidas não pagas etc. Há ainda serviços já tradicionais – oferecidos desde a fundação da companhia –, de atendimento a empresas e que se destinam a saber se os clientes têm pendências (por exemplo, se estão negativados na Serasa).

Consultas de informações da Serasa evitam dores de cabeça

O empresário andreense Rogério Gazzi, 44 anos, contratou os serviços da CCFácil por dois motivos: um deles é ter mais segurança para fechar negócios via internet, tendo a garantia de que os dados do comprador são da própria pessoa, e outro foi o susto que ele já passou.

Ele tem um e-commerce e procurou há cinco anos a distribuidora da Serasa para se prevenir de mais perdas, além da que teve de assumir, por causa de problema de fraude. “O cartão de crédito de um cliente estava clonado. A partir daí, passamos a usar a ferramenta”, diz.

O gerente da CCFácil, Alexandre Oliveira, cita que, nos casos de clonagem, normalmente quem arca com o prejuízo é o comércio eletrônico, o que já levou uma grande rede do varejo a desistir da modalidade de venda virtual. Ele observa ainda que o monitoramento é importante sobretudo em datas comerciais, como Dia das Crianças e Natal, quando, além do crescimento das vendas, também aumenta o número de fraudes.

Também na região, Alexandre Thonus, 43, que atua no ramo imobiliário em São Caetano, conta que adota a ferramenta desde o início dessa empresa, há dez anos. “Eu vendo apartamentos e preciso saber a capacidade financeira do comprador, se ele não tem ficha suja”, afirma. Ele destaca que, além da agilidade do serviço, a consulta com a distribuidora se torna atrativa, já que não há a necessidade de se vincular a uma associação empresarial. 




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