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Tiozão na ativa
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
10/07/2011 | 07:00
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Sem dúvida o rock n' roll é mais do que música, é estilo de vida, religião para muitos. E o que dizer dos fiéis seguidores? Deles cobram-se atitude e contestação. Há quem diga, entretanto, que já não se fazem mais roqueiros como antigamente. O fato é que o mundo mudou, fazendo com que o comportamento também passasse por transformações.

O rock sempre foi movimento de jovens. Se já é complicado ser adolescente hoje, imagine antes. Essa galera não tinha espaço próprio e sentia-se peixe fora da água, sem ser criança nem adulto. Existia a necessidade de transgredir, de falar o que pensava e ser ouvido. O caminho foi a música.

Entre 1960 e 1970 - décadas consideradas auge do rock - foi a hora de explorar os limites musicais e do corpo e usar o som para pedir paz e dizer não à guerra que rolava no Vietnã e ao autoritarismo.

"O Brasil, por exemplo, já não vive numa ditadura. Então, a contestação perde espaço. Agora, os jovens querem celebrar, não reclamar", afirma o antropólogo e compositor Paulo Menotti Del Picchia.

Mas ainda há espaço para a inquietação rock, afinal, o planeta não está livre de problemas e injustiças. "Creio que o roqueiro é esse estado de espírito que invade quando a gente manda tudo se f**** para fazer o que está no nosso coração. É instinto e liberdade", diz Lucas Silveira, vocalista da Fresno.

Diferenças à parte, algo incomoda tanto velhas quanto novas gerações de roqueiros: a excessiva preocupação das bandas com o lucro. Murillo Daros, 16 anos, de Santo André, ficou incomodado ao ver o ídolo Ozzy Osbourne numa propaganda ao lado de Justin Bieber. "Não se faz mais música por paixão", reclama.

Lenda do rock brasileiro, o guitarrista Luiz Carlini, do Tutti Frutti (ex-banda da Rita Lee) concorda. "A gente se preocupava muito em criar. Hoje, acham uma fórmula e todos copiam."




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