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Carro de luxo vende como nunca
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/05/2011 | 07:27
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Seja nos mercados emergentes ou desenvolvidos - ainda em ritmo de recuperação da crise financeira mundial - o carro premium não enfrenta dificuldades. Muito pelo contrário, as marcas que produzem veículos mais sofisticados tecnologicamente enfrentam até falta de produtos para atender a todas as encomendas - o que, para alguns modelos, significa filas de espera superiores a três meses.

De acordo com o presidente da Audi do Brasil, Paulo Sérgio Kakinoff, existe um deficit de cerca de 7.000 carros só entre as três principais marcas alemãs - BMW e Mercedes-Benz, além da própria Audi - para atender somente ao mercado sul-americano, onde o Brasil representa cerca de 60% das vendas.

"Por conta do volume de pedidos de todas as partes do mundo, a nossa matriz tem dificuldade para atender a todas as encomendas", afirmou Kakinoff. "No caso do Brasil, temos o agravante de necessitar de um longo planejamento em razão das dificuldades logísticas."

O presidente da Audi do Brasil disse que a marca vai mais que dobrar os volumes de venda neste ano em relação a 2010, quando comercializou no País 3.200 unidades.

Embora não faça projeções, a Mercedes-Benz também deverá ter crescimento expressivo de vendas. Só no primeiro semestre, a montadora emplacou 1.918 unidades - alta de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu a marca recorde de 7.826 unidades.

Com uma das linhas de produtos mais completas entre os carros premium, a Mercedes-Benz tem 40 modelos à disposição do consumidor brasileiro, que é um dos mais exigentes do mundo. Aqui, os carros costumam chegar com extensa lista de equipamentos em razão da alta carga tributária, que, em alguns casos, chega a triplicar o preço do veículo em relação ao seus mercados de origem.

"Em razão da forte tributação, as montadoras que importam veículos desenvolveram o chamado ‘pacote Brasil', em que é oferecido o maior número possível de equipamentos e acessórios. Já que o carro é para poucos, trazem o que há de mais avançado", afirmou Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK.

A BMW também comemora a forte atuação da marca no País e em mercados vizinhos no primeiro trimestre. O Brasil sozinho alcançou o recorde de vendas de todos os tempos, com 2.924 modelos da própria BMW e Mini Cooper - o que representou crescimento de 76% em relação ao mesmo período de 2010.

Também tradicional no Brasil, a Land Rover ampliou em 24% suas vendas no primeiro trimestre. Em abril, conseguiu alta de 24%, recorde para a marca focada em veículos premium 4x4.

 

Pujante, mercado chinês atrai montadoras de luxo

Com a força de um mercado que deverá emplacar neste ano 20 milhões de unidades, a China tem sido um dos principais paraísos para marcas sofisticadas. A maioria das montadoras premium tem parcerias para produção local em razão do potencial do emergente consumidor chinês.

Fora a China, fabricantes de carros de luxo buscam concentrar a produção principalmente na Europa. É o caso da Audi, que deverá produzir neste ano 1,2 milhão de unidades. "A Audi consegue ter escala e qualidade ao concentrar a produção em um só local", afirmou o presidente da montadora no Brasil, Paulo Sérgio Kakinoff.

Segundo o executivo, a Audi não tem planos de voltar a produzir no Brasil, como já ocorreu com o A3. "Atualmente, esta possibilidade é muito remota. Mesmo não conseguindo atender a todos os pedidos, o tamanho do mercado em toda a América do Sul não justifica uma fábrica." A Mercedes-Benz também chegou a implantar fábrica em Juiz de Fora (MG), onde depois interrompeu a produção do Classe A.




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