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Aos 3 anos, João Pedro começa a ir para a escola
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
26/07/2015 | 07:00
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A felicidade não cabe dentro da professora Luciana Lorenzoni, 33 anos, mãe do pequeno João Pedro Klem Lorenzoni Silva. Aos 3 anos recém-completados, o menino de São Bernardo, que enfrentou bravamente e venceu a síndrome de Wiskott-Aldrich, agora dá um novo e importante salto em sua vida. No dia 17, ele iniciou a adaptação na escolinha Passinhos do Saber, no bairro Pauliceia.

Quase 500 dias depois de realizar o transplante de medula que salvou sua vida, João Pedro começa agora a conviver diariamente com outras crianças e inicia o processo de aprendizagem. Para a mãe, o momento é de extrema alegria. “Dar essa oportunidade a ele depois de tudo que passamos é gratificante. Ainda mais por conta da minha profissão como educadora. Em nenhum momento fiquei triste, pelo contrário. Quero que ele aprenda e cresça”, garante.

Em apenas uma semana, inclusive, João Pedro já ganhou fama de curioso e perguntador entre as ‘tias’ da escola. “Ele chora um pouco quando percebe que não vou ficar com ele o dia todo. Mas, assim que encontra os coleguinhas e começa as brincadeiras, esquece rápido”, explica Luciana.

João Pedro passa as manhãs com a avó enquanto a mãe está no trabalho. Por volta do meio-dia, veste o uniforme e se prepara para ir à aula. Luciana passa para pegá-lo às 12h45 e o deixa na escolinha. “Dois dias da semana ele sai por volta das 17h, pois meu marido consegue passar lá depois do trabalho. Nos outros ele me espera até às 18h. Não tivemos problemas até agora, ele está adorando ficar no ambiente escolar”, afirma a mãe.

SAÚDE

As condições clínicas pós-transplante de João Pedro continuam evoluindo, segundo Luciana. Agora ele só precisa ir ao médico para acompanhamento uma vez a cada quatro meses.

Caso tenha febre, tosse, dor de garganta ou outros sintomas simples, pode procurar diretamente o pediatra, e não mais a equipe responsável pelo transplante. Ou seja, ele agora leva vida normal e, como qualquer criança, está sujeito às doenças comuns na infância.

Claro que, para os pais, há também período de adaptação. “A gente fica preocupado. A primeira vez que ele teve febre, me desesperei, liguei para o médico e ele orientou a procurar o pediatra primeiro. Era apenas uma dor de garganta. Estamos aprendendo a encarar as coisas de forma mais tranquila também.”

A síndrome de Wiskott-Aldrich é uma doença genética exclusiva de meninos. Compromete o sistema imunológico e as células sanguíneas que ajudam a controlar as hemorragias, as plaquetas. A única cura é o transplante de medula que, no caso de João Pedro, foi bem-sucedido.

O Diário começou a acompanhar a busca da família Lorenzoni por um doador 100% compatível quando o menino tinha 7 meses. Atualmente, 1.241 pessoas estão em busca de um doador de medula no Brasil. No total, há 3,4 milhões de inscritos como potenciais doadores. O cadastro é feito na Santa Casa de Misericórdia (Rua Marquês de Itu, 579, Vila Buarque, São Paulo), de segunda a sexta-feira, das 7h às 15h.   




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