Quando buscava a reeleição ao comando do Paço de São Bernardo na eleição de 2012, o prefeito Luiz Marinho (PT) anunciou que criaria subprefeitura para a região do Grande Alvarenga com o objetivo de priorizar atendimento às demandas de um dos bairros mais populosos da cidade. Hoje, a um ano e meio de encerrar seu mandato, Marinho engavetou de vez o projeto.

Antes prioridade, a Subprefeitura do Grande Alvarenga jamais teve sede própria, a despeito de Marinho ter indicado Matias Fiuza (PT) para responder pelo expediente local. Com a ida do petista à Câmara – assumiu cadeira de Paulo Dias (PT), indicado secretário de Educação para substituir Cleuza Repulho (PT) –, a proposta entrou no fim da fila de urgência do chefe do Executivo.

Apesar de não ter sede própria (havia apenas gabinete na Secretaria de Serviços Urbanos, no Rudge Ramos), Fiuza ficou dois anos e meio recebendo R$ 11,531,14 por ser subprefeito.
Ontem, durante cerimônia de troca do comando da Secretaria de Segurança Urbana (leia mais abaixo), Marinho voltou a ser evasivo sobre o projeto da subprefeitura. “Tenho uma decisão (sobre órgão) na cabeça, mas não vou divulgar ainda”, disse. Há duas semanas, o chefe do Executivo já havia desconversado sobre futuro do projeto. “Em breve vocês (imprensa) serão informados”, afirmou.

Para o local, o prefeito chegou a anunciar que o espaço seria viabilizado em terreno ao lado da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas) União/Alvarenga, mas nunca saiu do papel. Pelos corredores da Prefeitura comenta-se que, além da inviabilidade da sede e pequena estrutura orçamentária, outro fator negativo para a autarquia foi a morosidade de Fiuza no auxílio de atendimento em relação as demandas do bairro.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2014, São Bernardo possui habitação de 811 mil pessoas. Estima-se que o Alvarenga possua em torno de 200 mil residentes.

INATIVO
Ontem, por telefone e sem se identificar, a equipe do Diário entrou em contato com a Prefeitura para saber informações sobre demandas do bairro. A atende disponibilizou diversos telefones e recomendou acesso pelo site.

Questionada sobre a subprefeitura, a servidora informou que o órgão ainda não foi ativado e que, por isso, o acesso deveria ser feito por outros caminhos.

Matias Fiuza não retornou aos contatos da equipe do Diário.

Prefeito chora em despedida de Mariano

Em meio a lágrimas e discurso afetivo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), realizou ontem a troca no comando da Secretaria de Segurança Urbana. Depois de seis anos e meio, Benedito Mariano foi substituído por Cícero Ribeiro Silva, funcionário concursado da Prefeitura e que exercia função de comandante da GCM (Guarda Civil Municipal).

O ato foi realizado na sala de reuniões do Paço e, de acordo com Marinho, o choro “foi de pura emoção”. “Passou um filme pela minha cabeça. Relembrar todo um trabalho benfeito pelo Mariano. Assim como chegou a vez dele, chegará a minha também”, anunciou.

Esta foi a segunda troca no secretariado da administração da petista dentro do mês. No dia 2, após série de escândalos, Cleuza Repulho (PT) deixou o comando da Secretaria de Educação, sendo substituída pelo vereador Paulo Dias (PT).

A modificação obedece à estratégia traçada por Marinho, que almeja incorporar gestores com perfis mais políticos e de mais identidade com a cidade.

O novo chefe da Pasta, natural do Ceará e que reside em São Bernardo há 15 anos, assegurou que foi informado da mudança no começo do mês e que sua primeira ação será realizar diálogo com profissionais do setor. “Vou começar conversando bastante com todos os integrantes da secretaria e procurar dar continuidade aos planos iniciados pelo Mariano.”