Economia Titulo
Calote cai 13,49% no primeiro semestre
Por Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
27/07/2007 | 07:01
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O aumento da renda dos trabalhadores fez a inadimplência no Grande ABC cair no primeiro semestre. De janeiro a junho deste ano, foi registrada queda de 13,49% no número de títulos protestados em comparação ao mesmo período de 2006.

Além disso, a média destas ocorrências por dia nos cartórios da região caiu 0,81% entre junho de 2006 e de 2007. Na comparação entre maio e junho deste ano, o índice despencou 14,7%.

“Sem dúvida nenhuma, são os fundamentos econômicos que estão trazendo esse quadro. Queda de desemprego e aumento de renda do trabalhador colaboram para a queda da inadimplência”, diz a diretora executiva do Instituto de Estudos e Protesto de Títulos, Roberta de Arruda e Menezes.

De fato, o rendimento médio real na região metropolitana de São Paulo cresceu 3,1% entre o primeiro semestre de 2006 e de 2007, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Roberta aponta que o aumento dos prazos de financiamento também auxilia os brasileiros a ter mais recursos disponíveis imediatamente. “O sujeito hoje pode comprar uma geladeira em 36 meses e usar o dinheiro que economizaria para arcar com suas dívidas”, conta.

No entanto, essa mesma ferramenta que em teoria ajudaria o bolso do consumidor pode ser o motivo de enforcamento orçamentário. “De um lado, é uma vantagem prolongar os prazos. De outro, é preciso ficar atento para os riscos de um gasto descontrolado”, diz.

Para a diretora executiva do Instituto de Estudos e Protesto de Títulos, o consumidor brasileiro está “em um momento de encantamento” com os prazos longos de financiamento e aproveita o parcelamento quando pode. “Mas é difícil ter uma projeção de dois, três anos, sobre se você vai manter seu emprego ou se alguém da família vai adoecer, por exemplo”, lembra.

“Por isso fica aqui a luz amarela: o povo está se descontrolando com os gastos”, diz Roberta. Ela avisa que as famílias estão comprometendo mais de 30% de sua renda em financiamentos, o que não é indicado.

Por isso, Roberta diz que é bem provável que essa queda dos níveis de títulos protestados sejam revertidos no futuro próximo. “A maior causa da inadimplência é o descontrole do orçamento”, resume a diretora.



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