Setecidades Titulo Habitação
Conjuntos Mazzaferro colecionam problemas

Entregues em novembro de 2014, unidades habitacionais localizadas em Diadema apresentam mofo e infiltração

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/07/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Oito meses após serem entregues, os conjuntos residenciais Mazzaferro 1 e 2, na Rua Pau do Café, no bairro Casa Grande, em Diadema, colecionam problemas. Grande parte das 360 moradias divididas em oito blocos, construídas por meio de parceria entre a Prefeitura e o governo federal, por meio do Minha Casa, Minha Vida, apresentam vazamento, mofo e rachaduras nas paredes.

A expectativa dos 1.500 condôminos, retirados de áreas de risco da cidade, era de viver o velho sonho da casa própria, o que não está acontecendo, conforme a funcionária pública Michele da Costa Ferreira, 25 anos, grávida de nove meses. “Está sendo um pesadelo. Meu bebê vai nascer nesta semana e o quarto está cheirando mofo”, lamenta. Apesar de morar no quinto andar, a moradora mostra, indignada, a situação das paredes dos quartos, sala e lavanderia de sua residência: tomadas pelo mofo.

A dona de casa Nair Generosa de Jesus, 37, conta que pintou a casa há cinco meses com tinta antimofo, o que não surtiu efeito. Ela destaca que sua principal preocupação é com a saúde do filho mais velho, que tem 18 anos e sofre de mielomeningocele, uma má-formação congênita da coluna vertebral. “É desesperador. Quando o dia está chuvoso e frio, chega a minar água dentro do guarda-roupa.”

Os moradores se mostram revoltados com o fato de pagarem R$ 140 de condomínio e não haver contrapartida em relação aos problemas, que acontecem há meses. “Não é nada de graça. Pagamos pelo apartamento e um condomínio caro para quem é de baixa renda. Todas as vezes que chamamos o pessoal da manutenção, aparecem com soluções paliativas, como pintura dos batentes das portas ou limpeza das paredes com cloro”, reclama a promotora de vendas Neusa Aparecida Pedroso, 51.

Os conjuntos, erguidos em terreno de 20 mil m², custaram R$ 23,4 milhões aos cofres públicos. As famílias têm 43,48 m² para distribuir seus móveis e aparelhos domésticos em cada unidade. Itens que já estão sofrendo com a presença da água, destaca a estudante de Direito Camila Jéssica, 26. “Estou perdendo meus móveis e nossas roupas e sapatos vivem embolorando”, diz. A alternativa encontrada pela moradora foi lavar as paredes com cloro a cada 15 dias. “Ou sofremos com cheiro de mofo ou com cheiro de cloro.”

O secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano da cidade, Eduardo Monteiro, destacou que ainda não tinha conhecimento do cenário observado pela equipe do Diário, mas garantiu que realizará vistoria no local para, posteriormente, notificar a Caixa Econômica Federal, responsável por cobrar a construtora RGA acerca da solução dos problemas. “Todas essas obras têm garantia, geralmente de cinco anos”, enfatiza. (colaborou Leandro Baldini) 




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