Política Titulo São Bernardo
Marinho faz lobby para tirar Tarcisio de CPI

Prefeito de S.Bernardo quer pavimentar candidatura de secretário sem envolvimento na Lava Jato

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/07/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Com lobby do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), a CPI da Petrobras tirou a prioridade de convocação do secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), nome preferido do chefe do Executivo para representar o PT na eleição municipal do ano que vem. Ontem, em mais uma reunião, deputados protelaram o chamamento de Tarcisio para explicar sua participação na Editora Gráfica Atitude, apontada pela Polícia Federal como ponto de lavagem de dinheiro desviado da estatal.

Segundo a Operação Lava Jato, a empresa era utilizada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para distribuir o dinheiro a partidos políticos e lideranças eleitorais. A gráfica é mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo. Além de Tarcisio, os deputados estaduais Teonílio Barba (PT) e Luiz Cláudio Marcolino (PT) também teriam de prestar depoimento sobre atuação na Editora Gráfica Atitude.

Comenta-se nos corredores da Prefeitura de São Bernardo que Marinho fez ligações para integrantes do alto escalão do governo de Dilma Rousseff (PT), que, na sequência, comunicaram o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI: era para engavetar o requerimento assinado pela bancada do PPS na comissão (formada por Eliziane Gama e Moses Rodrigues).

Um dos indícios de movimentação nos bastidores por Marinho foi a aprovação da convocação de José de Filippi Júnior (PT), ex-prefeito de Diadema, ex-tesoureiro de Dilma e atual secretário de Saúde da Capital. O requerimento solicitando presença de Filippi foi apresentado pelo deputado Bruno Covas (PSDB) duas semanas depois da peça que exigia oitiva de Tarcisio. Filippi foi oficialmente convocado a prestar depoimento à CPI no mês passado.

Com a articulação, Marinho tenta pavimentar de vez a candidatura de Tarcisio sem mácula de envolvimento em escândalos desvendados na Operação Lava Jato. Outro passo político estudado pelo prefeito é tirá-lo da Secretaria de Serviços Urbanos – hoje dependente de recursos congelados do governo federal – para alocado na Pasta de Governo, com claro objetivo de dar a Tarcisio incumbência de diálogos eleitorais. 




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