Prefeito de S.Bernardo quer pavimentar candidatura de secretário sem envolvimento na Lava Jato
Com lobby do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), a CPI da Petrobras tirou a prioridade de convocação do secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), nome preferido do chefe do Executivo para representar o PT na eleição municipal do ano que vem. Ontem, em mais uma reunião, deputados protelaram o chamamento de Tarcisio para explicar sua participação na Editora Gráfica Atitude, apontada pela Polícia Federal como ponto de lavagem de dinheiro desviado da estatal.
Segundo a Operação Lava Jato, a empresa era utilizada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para distribuir o dinheiro a partidos políticos e lideranças eleitorais. A gráfica é mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo. Além de Tarcisio, os deputados estaduais Teonílio Barba (PT) e Luiz Cláudio Marcolino (PT) também teriam de prestar depoimento sobre atuação na Editora Gráfica Atitude.
Comenta-se nos corredores da Prefeitura de São Bernardo que Marinho fez ligações para integrantes do alto escalão do governo de Dilma Rousseff (PT), que, na sequência, comunicaram o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI: era para engavetar o requerimento assinado pela bancada do PPS na comissão (formada por Eliziane Gama e Moses Rodrigues).
Um dos indícios de movimentação nos bastidores por Marinho foi a aprovação da convocação de José de Filippi Júnior (PT), ex-prefeito de Diadema, ex-tesoureiro de Dilma e atual secretário de Saúde da Capital. O requerimento solicitando presença de Filippi foi apresentado pelo deputado Bruno Covas (PSDB) duas semanas depois da peça que exigia oitiva de Tarcisio. Filippi foi oficialmente convocado a prestar depoimento à CPI no mês passado.
Com a articulação, Marinho tenta pavimentar de vez a candidatura de Tarcisio sem mácula de envolvimento em escândalos desvendados na Operação Lava Jato. Outro passo político estudado pelo prefeito é tirá-lo da Secretaria de Serviços Urbanos – hoje dependente de recursos congelados do governo federal – para alocado na Pasta de Governo, com claro objetivo de dar a Tarcisio incumbência de diálogos eleitorais.
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