A faxineira foi morta porque, pela primeira vez em pouco mais de um ano, mudou o horário que costumava limpar o banheiro, diariamente. Segundo depoimento de Sérgio à polícia, eles conheciam a rotina profissional de Fátima e sabiam que ela limpava o local onde ocorreu o crime antes do lanche das 3h. Naquela madrugada, ela mudou a rotina.
Márcio, Eliandro e Sérgio, como faziam há um ano e dois meses, foram até o banheiro às 3h30, onde mantinham encontros homossexuais pelo menos uma vez por semana. Eles deixavam as luzes apagadas para não serem descobertos.
Com a quebra da rotina, o trio foi surpreendido por Fátima, que foi fazer a limpeza habitual do local. Ao abrir a porta e acender a luz do banheiro, ela viu os três acusados nus, mantendo relações sexuais. Assustada com a cena, Fátima ainda teve tempo de dizer que iria relatar o fato ao encarregado deles na madrugada. “Ficamos assustados com isso e comecei a me vestir. Vi Márcio dar um soco nela (Fátima) e saí correndo”, disse Sérgio.
“Sou homem. Meu negócio é mulher”, disse Eliandro, que, junto com Márcio, nega a versão de Sérgio em seus depoimentos. Eles afirmam que estavam trabalhando na hora do crime e que nunca mantiveram relações homossexuais.
Eliandro era o melhor amigo de Fátima, e tinha tanta intimidade com a vítima que podia movimentar a conta bancária dela. “Eles eram conhecidos como Casal 20, de tão amigos que eram”, disse a delegada assistente Estela Bonjardim. O grau de intimidade chegou ao ponto de Fátima ser convidada por Eliandro para madrinha de seu casamento, marcado para novembro deste ano.
'Amizade' que fez com que Eliandro fosse até o departamento de montagem de veículos e pegasse uma ferramenta para matar Fátima. Ela recebeu 13 golpes na cabeça. A brutalidade foi tão grande que ela perdeu todo o sangue por causa dos ferimentos e teve o rosto desfigurado.
Ele mesmo foi até a linha de montagem das portas dos veículos e pegou sacos plásticos para coleta de lixo e fitas adesivas para embrulhar o corpo de Fátima. Ela teve a cabeça, os braços e os pés cobertos.
Sérgio foi chamado pelos cúmplices ao local para levar um carrinho de lixo e carregar o corpo até um compactador de lixo, cujo resíduo é levado para um aterro sanitário. “Fui ameaçado por eles, caso falasse alguma coisa.” Nesse momento, perto das 5h, horário de entrada do pessoal do turno das 6h, Fátima, ainda inconsciente, gritou e assustou o trio, que abandonou o corpo e o local.
Os detalhes do crime foram descobertos por investigadores que passaram três madrugadas desta semana na montadora, analisando as contradições dos depoimentos das testemunhas anteriores e coletando novos depoimentos.
A reportagem do Diário procurou a General Motors, mas a direção da empresa informou, por meio da assessoria de imprensa, que não iria comentar o caso.
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