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'Carandiru' deve virar seriado de TV
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
21/10/2004 | 09:40
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Carandiru deve virar seriado de televisão no ano que vem. A HB Produções, do diretor de cinema Hector Babenco, que rodou parte do filme em 2002 em São Bernardo, nos estúdios que pertenceram à Cia. Cinematográfica Vera Cruz entre 1949 e 1954, firmou parceria com a Rede Globo. A princípio, a produção teria dez episódios com exibição prevista para o segundo semestre de 2005. A informação é da Central Globo de Comunicação. Elenco e formato do programa ainda estão em fase de definição.

É possível que parte deste seriado seja rodado nos pavilhões da Cia. Vera Cruz, como fez Babenco com seu filme. A informação, contudo não foi confirmada em São Bernardo pela Prefeitura, que administra o espaço. A HB Produções deve se posicionar a respeito na próxima semana. Segundo a Central Globo de Comunicação, o projeto deve ter o mesmo modelo de produções como o seriado Cidade dos Homens, que encerra nesta sexta sua exibição anual, uma parceria com a O2 Produções.

O roteiro do filme, escrito por Babenco, Fernando Bonassi e Victor Navas, foi inspirado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, e entrecruza trajetórias de presos, seus familiares, carcereiros e o médico que os atende. Estrelaram Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Maria Luisa Mendonça, Wagner Moura e Milton Gonçalves, entre outros.

Peso pesado - A televisão brasileira - Globo - e o cinema são ficantes ocasionais. Nunca houve um namoro firme e o casamento ainda está distante. Iniciativas como SBT Filmes e Record Filmes, por exemplo, têm sinalizações, mas nada concreto. Quando produções com chancela Globo Filmes estréiam na tela grande, a emissora abre espaço para divulgá-las e guarda um horário para exibi-las meses mais tarde. Quando produções de outras empresas entram em cartaz, a emissora as ignora. Exceto quando pesos pesados como Babenco, Cacá Diegues e Luiz Carlos Barreto assinam direção ou produção.

Por conta da divulgação na semana passada de uma sugestão de emendas ao projeto governamental de criação da Ancinav (Agência Nacional de Cinema e Audiovisual), Barreto ficou com a pecha de líder do grupo dos "magnatas" do cinema nacional, em contraposição ao dos "pobres". A cisão contrapõe os que querem manter privilégios dentro das regras atuais de patrocínio cultural para o cinema, regras estas que beneficiam produções com orçamento superior a R$ 4 milhões, com os que produzem filmes de baixo orçamento e sem vínculos com distribuidoras estrangeiras ou emissoras de TV. Em setembro, na entrega do Grande Prêmio TAM, Cláudio Assis, diretor do independente Amarelo Manga, chamou Babenco, Diegues e Barreto de "dominadores" do cinema brasileiro.




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