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Ecologistas pedem à França proteção para os mares
Da EFE
11/12/2003 | 13:57
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Cerca de dez organizações ecológicas francesas entregaram ao presidente da França, Jacques Chirac, nesta quinta-feira, um pedido para que sejam aumentadas as medidas de controle dos mares e sejam impedidas novos acidentes como o do navio Prestige. A solicitação teve o apoio de 100 mil assinaturas.

"Pedimos ao presidente que a França faça toda a pressão possível para que a União Européia se torne a ponta-de-lança do combate à poluição dos mares", disse o vice-presidente da France Nature Environnement (FNE), Christian Garnier.

Representantes das ONGs foram recebidos por dois conselheiros técnicos do presidente, Jerome Bonnafont, encarregado de questões internacionais, e Stéphane Dupré-Latour, responsável pelo meio ambiente, pela indústria e pelo transporte.

As 100 mil assinaturas entregues são o resultado da campanha "Marées noires, stop agissons" (Marés Negras, interrompam as agressões) realizada pelas organizações. "Além das assinaturas reunidas, dissemos aos conselheiros que toda a opinião pública francesa apóia nossas propostas", declarou Garnier.

Durante a reunião, os ecologistas pediram uma reforma mais profunda da Organização Marítima Mundial (OMM), sobretudo no que se refere à política de indenizações e à identificação dos responsáveis pelas marés negras.

"Na recente reunião da OMM, a pressão da União Européia conseguiu obter alguns avanços, porém ainda são necessárias algumas medidas importantes", afirmou Garnier.

O vice-presidente da FNE declarou que a Europa deve avançar na vigilância dos navios em suas águas, com a implementação de medidas coordenadas entre todos os sócios para a preservação e o controle dos mares.

O objetivo ideal destas organizações é "que o mar seja considerado um bem público mundial no âmbito da ONU". "Até agora, apenas o fundo do mar é considerado um bem público mundial e nós queremos que este caráter se estenda ao conjunto do mar", disse Garnier.

O ativista também afirmou que os conselheiros de Chirac informaram que existe um grupo de trabalho destinado a formular uma proposta neste sentido na próxima cúpula do G-8, grupo formado pelos oito países mais industrializados.

"Entregamos nossas propostas, que prevêem a criação de um conjunto de mecanismos de gestão, que vão desde uma polícia do mar até o controle da navegação aérea (sobre os mares) e o auxílio aos países menos desenvolvidos", declarou.

Essas medidas exigem um financiamento que os ecologistas franceses propuseram obter através de uma taxa mundial que poderia ser cobrada dos navios em função das milhas que percorrerem ou das toneladas que transportarem.

Além de membros da FNE, foram recebidos pelos conselheiros de Chirac representantes das ONGs Amis de la Terre, Keep it Blue, Liga Francesa para a Defesa dos Direitos Humanos e do Cidadão, Liga para a Proteção dos Pássaros e Surfrider Foundation, entre outras.




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