Política Titulo Editorial
Sopro nas exportações
Da Redação
21/03/2015 | 07:00
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Aline Pietri/DGABC


Não é o caso de comemorar, evidentemente, já que se trata de minúscula ilha de bonança em meio a oceano de incertezas e temores, mas finalmente surge notícia positiva no cenário econômico regional. Após iniciarem o ano com retração de 40%, as exportações das indústrias localizadas no Grande ABC registraram alta de 55% em fevereiro, demonstrando reação que pode ajudar a reverter o péssimo desempenho da balança comercial das sete cidades em 2014.

É claro que o resultado deve muito à extraordinária alta do dólar, que, em meio à turbulência política e às dúvidas que cercam a viabilidade das medidas econômicas do Brasil, na quinta-feira atingiu o maior valor – incríveis R$ 3,295 – desde 1º de abril de 2003. O que prova que mesmo o pior dos cenários tem o seu lado positivo. Eis a hora, portanto, de a região recuperar o fôlego perdido no ano passado.

Necessário relembrar que a balança comercial do Grande ABC teve deficit de US$ 400 milhões em 2014, de acordo com dados computados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Foi o pior resultado desde o início da série histórica, iniciada em 2000, e o primeiro saldo negativo da região. No geral, o Brasil atingiu US$ 5,31 bilhões em exportações no ano passado, contra US$ 5,71 bilhões de importações.

Para região que é polo da indústria automotiva, o desempenho é aterrador. Boa parte da saúde financeira das montadoras se sustenta nas exportações. Com a crise econômica enfrentada no ano passado pela Argentina, maior comprador internacional de automóveis do Grande ABC, as companhias instaladas nas sete cidades ficaram sem mercado externo. A alta do dólar compensa, em parte, a falta de gama variada de parceiros comerciais estrangeiros. Mas se trata de situação pontual. O que ocorrerá quando o câmbio se equilibrar? É preciso prospectar novos interessados na produção local. O mais rápido possível.




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