O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou ser “armação” o áudio em que o vereador governista Reinaldo Meira (PR) acusa servidores de quererem cobrar propina e denuncia existência de funcionário fantasma na administração verde.

“Tanto eu quanto o Reinaldo fomos vítima de armação. O áudio é armação”, disse Lauro. No domingo, o Diário revelou que o republicano havia relatado práticas criminosas de funcionários comissionados. O caso é investigado pelo Ministério Público.

O verde informou na noite de ontem que vai abrir sindicância para apurar os fatos, mas, à tarde, chegou a descartar investigação interna.

Embora tenha dito que a gravação é “armada”, Lauro reconheceu irregularidade cometida pela ex-funcionária Célia Maria Francisca. Segundo o vereador, ela foi indicada para o Paço, mas passava o dia na faculdade. “Assim que soube (da fraude) mandei exonerar”, contou o chefe do Executivo.

Sobre José Eliezer Júnior, conhecido como Júnior Costa, Lauro também mostrou ciência sobre acusações contra ele. O ex-servidor é suspeito de cobrar propina de feirantes e ambulantes da cidade. “Ele ficou quatro meses e meio no governo e foi demitido por não ter perfil condizente para o trabalho”, comentou o verde. Lauro afirmou que Júnior Costa passou por três secretarias – Meio Ambiente, Obras e Segurança Alimentar – antes de deixar a administração.

Lauro garantiu não haver cobrança de propina em seu governo. “Minha gestão é limpa e transparente”. Porém, argumentou que se houver quaisquer elementos sobre irregularidade, vai exigir ressarcimento. “Caso chegue a denúncia formal, vou investigar até o fígado dele.”

Sobre possibilidade de abertura de CPI na Câmara de Diadema, Lauro disse não haver provas concretas para instauração da investigação. “CPI de quê? Há muito vereador lá que tem rabo de palha e não pode sentar perto de fogueira.”

O prefeito também reclamou de Reinaldo Meira, classificando como “absurdas” as declarações do republicano. “Se ele sabia que tinha gente fazendo coisa errada, ele tinha de demitir.”