Conhecida pela alta potência, até mesmo a Porsche está se rendendo ao mundo ecologicamente correto. Para pregar o baixo consumo e menor emissão de poluentes, a marca alemã lançou o Cayenne S Hybrid, o primeiro Porsche híbrido produzido em série - a diferença das versões já oferecidas (V6, S, Turbo e Diesel) é o trabalho em conjunto do motor V6 supercharger com um bloco elétrico.

Segundo a montadora, o consumo do veículo é de 12,2 km/l - média de 10 km/l em solo brasileiro. Isso se deve à combinação do motor 3.0 de 333 cv com o elétrico sincrônico de 47 cv, o que gera potência total de 380 cv. O torque máximo é de 59,1 mkgf a 1.000 rpm.

Os dois motores estão unidos por uma embreagem desacopladora controlada por um sistema de gerenciamento e podem ser acionados em conjunto ou separadamente, de acordo com a necessidade do momento, ou seja, o pé do motorista.

Dirigindo pelas ruas de São Paulo, pudemos perceber que o modelo - com o mesmo visual agressivo das variantes convencionais, salvo a inscrição Hybrid na carroceria - pode ser conduzido sem emitir qualquer ruído quando abaixo de 60 km/h.

Com 175 quilos a mais de peso (são 2.240 quilos), o Cayenne S Hybrid se comporta bem na cidade. Não traz aquele aspecto pesado de alguns veículos que apostam em energias alternativas.

O detalhe que pode parecer um pouco fora do comum é o freio - bastante duro, devido ao sistema de regeneração. Tecnologia que ficou famosa na temporada 2009 de Fórmula 1, quando os bólidos passaram a aproveitar a energia desperdiçada durante as frenagens para carregar as baterias - estas são de níquel-metal de 288 V no Cayenne S Hybrid.

Assim como qualquer carro elétrico, o ponteiro do conta-giros vai a zero quando o V6 é desacoplado, mas vale destacar que essa transição é praticamente imperceptível a bordo.

Se o carro estiver a até 156 km/h e não for necessária potência de impulso, o motor de combustão se desconecta por completo do trem propulsor. Ele volta a funcionar automaticamente se o motorista pisar no acelerador. A ação é chamada pela Porsche de modo "velejar".

Tudo isso é mostrado por meio de infográficos exibidos numa tela de LCD que fica no centro do painel. Essas ilustrações são a única diferença em relação à versão convencional, que tem exatamente o mesmo interior.

O trabalho dos pés é auxiliado pelo câmbio Tiptronic S de oito marchas. As trocas são bastante suaves. E, por falar em mecânica, as suspensões são de aço e podem ser opcionalmente combinadas com a suspensão ativa, batizada de PASM e com o PDCC (controle dinâmico de chassis Porsche), que estabiliza o veículo mediante a distribuição dinâmica do balanço. A tração é total permanente com diferencial central autoblocante.

PREVISÃO

Apresentado aos brasileiros durante o Salão do Automóvel de São Paulo (em outubro de 2010) o modelo passaria por uma espécie de aceitação do público. Mas até agora a Porsche afirma que não há previsão de lançar o modelo por aqui.

EMCW0Apesar de ser um veículo ecologicamente correto, o Cayenne S Hybrid tem preço alto. No Brasil, custaria 30% a mais que a versão S, tabelada em quase R$ 380 mil, ou seja, não sairia por menos de R$ 500 mil. O apelo é mesmo a potência aliada ao baixo consumo. que chegou a quase 30 km/l durante nossa avaliação.

 Vasta lista de equipamentos

A exemplo das demais versões, o Cayenne Hybrid conta com sistemas como o (Lane Change Assistant), no português, trata-se do assistente de mudança de faixa. A tecnologia monitora as faixas da estrada em ambos os lados do veículo - numa distância de até 70 metros - e inclui os pontos sem visibilidade. Na prática, quando outro carro entra nos pontos cegos, uma luz de advertência com LEDs se acende no espelho retrovisor externo correspondente, avisando que o outro veículo está a uma distância de 55 metros ou menos.

Se, nesse momento, o motorista do Cayenne der sinal de seta, a luz no retrovisor passará a piscar, avisando-o da presença de outro veículo.

O modelo também traz, de série, o controlador de velocidade, que pode ser regulado pelo motorista para velocidades entre 30 km/h e 240 km/h.

Opcionalmente, pode ser instalado um regulador de distância, que - automaticamente - mantém o veículo a uma distância segura do automóvel à frente, atuando sobre os freios (até a parada total, se necessário).

Ainda na lista de opcionais, o PDLS (Porsche Dynamic Light System) que é um sistema de iluminação com faróis de xenônio responsável por acompanhar o movimento do carro nas curvas.

O recurso conta com três modos de iluminação: ruas, estradas e mau tempo.

Saiba como funciona um veículo híbrido

Basicamente, o funcionamento de um veículo híbrido consiste na junção de um motor de combustão interna e um bloco elétrico.

Durante o trabalho, a queima do combustível acaba alimentando as baterias do propulsor movido a energia elétrica, reduzindo o esforço do motor a gasolina (no caso do Cayenne) e, em consequência, baixando o consumo e as emissões.

Mesmo com benefícios para o meio ambiente, a tecnologia híbrida ainda é extremamente cara, por isso os veículos possuem valores tão elevados - inclua aí o Mercedes-Benz S400 Hybrid, que foi lançado no Brasil no primeiro semestre de 2010 por pouco menos de R$ 500 mil. Por ser um carro de nicho, até hoje, emplacou apenas 34 unidades.