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Metade dos pontos de ônibus oferece abrigo
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
18/10/2004 | 09:14
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Mais da metade dos pontos de ônibus do Grande ABC - o equivalente a 53,40% - oferece algum tipo de abrigo (com ou sem assentos) aos passageiros, segundo dados informados por quatro prefeituras - Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá. No entanto, a maioria apresenta estado precário de conservação e é alvo constante de vandalismo. Os números referentes a São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não foram informados pelas assessorias de imprensa ou departamentos responsáveis das Prefeituras. Para conhecer a estrutura oferecida na região e ouvir a opinião dos usuários, o Diário percorreu durante duas semanas os pontos das sete cidades da região.

Com 993 pontos de ônibus espalhados em seu território, Santo André conta com 715 paradas com coberturas, entre as quais 411 sem assentos e 304 com assentos. A estrutura utilizada nos pontos da cidade não atende a nenhum padrão estético - problema resultante das diferentes escolhas de cada uma das gestões municipais. Algumas dessas estruturas são feitos de madeira, outras de aço ou policarbonato, ou ainda de concreto.

A ausência de abrigos em vias importantes, porém afastadas do Centro, como a rua Carijós, na altura do Jardim Las Vegas, é o maior problema de Santo André, na opinião de usuários ouvidos pelo Diário (veja matéria nesta página).

Embora não disponha de abrigos em todos os seus mais de 1,5 mil pontos de ônibus, São Bernardo é a cidade que tem o maior número deles na região: 1.135 do total. São 1.110 com cobertura mais assento com quatro lugares, 20 com cobertura mais assento com oito lugares e cinco com cobertura mais assento com 16 lugares. Há outras 370 paradas que não possuem abrigo. São os chamados pontos-palito.

Na cidade, todas as coberturas são feitas de aço em tom cinza, sempre adornadas com o logotipo da Prefeitura. A exceção fica por conta dos pontos situados em locais onde o espaço físico é limitado para a instalação de abrigos, como as paradas da rua dos Vianas, na altura da favela do Jardim Farina. Devido à improvisação de pontos comerciais instalados ali, alunos de uma escola próxima ao local ficam expostos, assim como outros usuários, como constatou a reportagem do Diário na semana retrasada.

Vandalismo - Em 2004, Diadema foi a cidade que mais investiu na melhoria de seus pontos de ônibus no Grande ABC, que ao todo somam 732 unidades em toda a cidade. A verba destinada foi de R$ 233 mil. O valor foi utilizado para a troca de 75 abrigos mais a instalação de 50 novos, em 11 bairros do município. Mesmo assim, a cidade passou ater apenas 192 pontos cobertos. A matéria-prima utilizada nos novos abrigos (com cinco assentos) é o policarbonato.

Exemplo de ponto que sofreu com os vândalos é uma das paradas da rua Santa Cruz, no Jardim Campanário. O assento está coberto de gomas de mascar e o tampão transparente que vedava o espaço reservado à publicidade foi destruída por vândalos.

"A cobertura nova é muito fraca. A molecada costuma dar socos só para estragar", disse o vendedor ambulante Osmar Praxedes, 49 anos. "Além disso, quando chove ela não protege direito."

A opinião da dona de casa Maria Soares de Souza, 52 anos, é diferente. "Achei maravilhosa a nova cobertura", declarou. No entanto, instantes depois, quando embarcou na linha 36 da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema), a usuário reclamou por ter sujado a roupa com o chiclete grudado no assento.

A exemplo de Santo André, Mauá também concentra as paradas de ônibus melhor estruturadas na região central da cidade. Mas apenas a minoria delas é coberta.Das 1.005 existentes, 217 têm abrigo (131 sem assentos e 86 com assentos). Quase todos os pontos da avenida Papa João XXIII, no bairro Sertãozinho, são do tipo palito. E o que é pior: estão fincados na terra, dificultando a vida do usuário nos dia de chuva.

Outras paradas de Mauá carecem não só de infra-estrutura como até mesmo de demarcação. Um dos exemplos flagrados pelo Diário é um ponto de ônibus na avenida Dom José Gaspar, na altura da Vila Assis Brasil, onde um passageiro revelou à reportagem ter dúvida se o local era mesmo uma parada habitual.

Ribeirão Pires parece ser o município que menos sofre com o problema de vandalismo, ainda que a estrutura oferecida não seja muito moderna. Todos os pontos de ônibus encontrados pela reportagem são feitos de madeira pintada de amarelo.

A quase totalidade de pontos de ônibus de Rio Grande da Serra conta com abrigos feitos de concreto, com assento para seis pessoas. Os que estão no Centro, próximo a áreas que passaram recentemente por algum tipo de reestruturação - como a praça da Bíblia e as imediações da avenida Dom Pedro I - estão em excelente estado de conservação.

Já em localidades mais afastadas, como o bairro da Pedreira, os abrigos se assemelham a casinhas feitas de tijolo e cimento, e estão à mercê dos pichadores. Nas paradas da avenida José Bello, por exemplo, a imagem que se vê é de total abandono, com buracos por toda a estrutura de concreto.




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