Responsável pelo comando de duas secretarias na Prefeitura de São Bernardo – Obras e de Planejamento Urbano e Ação Regional –, Alfredo Buso teria colocado seu cargo à disposição do prefeito Luiz Marinho (PT) após acalorada discussão com a secretária de Planejamento e Orçamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT). A briga teria sido motivada pela falta de autonomia de Buso nos departamentos.

O embate é reincidente no Paço. Nos demais episódios, Marinho contornou a situação e impediu saída do titular de Obras e Planejamento Urbano.

Um dos homens de confiança do chefe do Executivo, Buso participa da gestão petista desde o primeiro mandato e acumula a chefia de secretarias há dois anos. Nesta semana, o secretário teria exposto o mau relacionamento com a primeira-dama depois de não conseguir determinar a execução de alguns serviços correspondentes à sua Pasta.

Não são raros os questionamentos de secretários de Marinho da centralização de poder de Nilza e de ingerência em diversos departamentos do Paço. Muitos já reclamaram veladamente a Marinho, que contemporiza. Para evitar atritos mais tensos, muitos aceitam as “sugestões” da primeira-dama são-bernardense.

DE SAÍDA
Número um da lista de reformulação no secretariado de Marinho, Osvaldo de Oliveira Neto, titular de Cultura, entrou em férias em meio ao aumento da especulação de sua saída. Seu substituto será Evandro de Lima (PTdoB), adjunto da Pasta e ex-prefeiturável de 2008.

Neto acumula críticas do setor cultural da cidade e também enfrenta resistência no núcleo duro do governo. Ele assumiu a Pasta depois de o vice-prefeito Frank Aguiar (PMDB) renunciar à vaga para se dedicar à carreira artística nos fins de semana. Leopoldo Nunes e Celso Frateschi haviam liderado o setor.

Outro que pode deixar a titularidade de sua secretaria é Jefferson José da Conceição, líder de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo. Porém, Jefferson não deve deixar o Paço, apenas ser remanejado.

Entre as certezas sinalizadas por Marinho é a permanência de Cleuza Repulho na Educação. Ela é ré em ação civil pública proposta pelo Ministério Público, que apontou superfaturamento na compra de tênis e mochilas a alunos da rede pública em 2010 e 2011. Segundo o MP, ao menos R$ 4 milhões foram desviados com licitações dirigidas.