Contexto Paulista Titulo
Alerta sobre os riscos dos raios
Wilson Marini
Para o Diário do Grande ABC
05/01/2015 | 07:00
Compartilhar notícia


Os raios em temporais foi tema recorrente na semana passada, devido ao caso na Baixada Santista em que morreram quatro pessoas de uma mesma família em quiosque de praia. A CNM (Confederação Nacional de Municípios) divulgou sete medidas que os municípios podem tomar para salvar vidas:
1. Promover informações à comunidade para não tomar banho durante as tempestades;
2. Orientar para que não use chuveiro ou torneira elétrica – secador, ferro de passar, chapinha, entre outros;
3. Desenvolver campanhas no sentido de alertar a população para evitar contato direto com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais como fogões, geladeiras, torneiras, canos e evitar ligar aparelhos e motores elétricos, para não queimar os mesmos;
4. Criar campanhas locais de conscientização para que os moradores desconectem das tomadas todos os aparelhos e eletrônicos tais como televisores, computadores, som; afastar-se das tomadas e evite utilizar o telefone durante as tempestades;
5. Evitar falar ao telefone e manter os aparelhos eletroeletrônicos desligados, principalmente aqueles que não estiverem protegidos;
6. Orientar os motoristas a permanecerem dentro do carro que é uma ótima proteção, pois o veículo é blindado a raios. É bom fugir do contato com material inflamável;
7. Em superfícies lisas como piscinas, rio ou mar e campos de futebol, a cabeça é o ponto mais alto na área, atraindo os raios.

Ciência no rastro da chuva
Ninguém duvida que a crise hídrica pela qual passa o Estado de São Paulo e outras regiões do País surpreendeu a todos e coloca em xeque o abastecimento de água de muitas cidades. “É chover no molhado”, diz uma expressão popular quando o assunto é de domínio público. A boa notícia é que, prevista com mais antecedência, a seca pode prevenir o problema por meio de ações concretas por parte da população e dos gestores públicos. Trabalho científico de um grupo internacional divulgado pela Revista da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) revela que no futuro será possível calcular com maior precisão variações de chuva e umidade na América do Sul e, desta forma, ajudar a agir mais cedo. O estudo foi publicado na prestigiosa revista Scientific Reports. O conteúdo é uma combinação de estimativas de temperatura no passado e modelagem matemática para reconstruir a temperatura da superfície do Atlântico Sul nos últimos 12 mil anos. “Além de estabelecer com maior precisão o clima no período, o trabalho pode ajudar a compreender a dinâmica entre as temperaturas no oceano e a umidade no continente”, diz a reportagem da Fapesp, assinada por Salvador Nogueira.

No Sudeste
O Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo observou que o aumento da temperatura na porção Norte do Atlântico Sul, próximo à linha do Equador, esteve associado a um maior volume de chuvas onde hoje é o Nordeste brasileiro e a menos chuvas no Sudeste nos últimos 12 mil anos. Inversamente, o Nordeste enfrentou períodos de secas mais severas e o Sudeste de mais chuvas quando a temperatura no Sul do Atlântico esteve mais elevada. É como se fosse uma balança em que um prato compensa o outro. A constatação dessas macro tendências leva agora os cientistas a buscar explicações que possam auxiliar as projeções do futuro. O que melhor explicou a variação climática nesses 12 mil anos foi um padrão de distribuição de temperaturas no Atlântico Sul semelhante ao observado hoje, com períodos em que a temperatura das águas superficiais era mais alta ao norte e outros em que eram mais elevadas ao sul. Os pesquisadores dão o nome de Dipolo Subtropical do Atlântico Sul ao padrão de distribuição de temperaturas em que o oceano parece ter um polo mais quente e outro mais frio – com a inversão ocasional. “Caso tenha existido nesses 12 mil anos, esse fenômeno pode ter influenciado de modo importante a distribuição das chuvas no continente”, diz a meteorologista Luciana Figueiredo Prado, coautora do estudo.

Surpresa
Essa conclusão é, até certo ponto, surpreendente, diz a Revista Fapesp. Até então se atribuía a variação no volume de chuvas na América do Sul principalmente à influência do fenômeno El Niño, flutuações na temperatura das águas superficiais do Pacífico que ocorrem em períodos curtos (15 a 18 meses). Mas alguns trabalhos já haviam mostrado que o El Niño não explica totalmente as alterações no regime de chuvas atual da América do Sul. Parte dessa variação (cerca de 20%) parece decorrer das mudanças de temperatura na superfície do Atlântico Sul. Por essa razão, diz a revista, embora a seca de 2014 em São Paulo esteja atrelada ao El Niño, acredita-se que essa não seja ainda a história completa. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;