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'Estou como Alice no País das Maravilhas', diz jogador de basquete de São Bernardo
Thiago Silva
Do Diário OnLine
25/06/2008 | 07:00
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CBB - Divulgação


Com vários desfalques, o técnico Moncho Monsalve tem a difícil tarefa de classificar a seleção brasileira masculina de basquete aos Jogos de Pequim, no Torneio Pré-Olímpico da Grécia, entre os dias 14 a 20 de julho. O treinador espanhol não poderá contar com Anderson Varejão, Nenê Hilário, Guilherme Giovannoni, Paulão, Valtinho e Leandrinho.

Apesar dos problemas, o comandante terá um jogador com muita vontade de fazer bonito na Grécia e levar o Brasil a Pequim: o ala Jonathan Tavernari, de São Bernardo. O atleta, que completou 21 anos no último dia 18, afirma que está como ‘Alice no país das maravilhas'.

"Só que em vez de um cara com uma cartola e cartas, eu tenho um coach com bola e cestas", disse Tavernari, em referência à obra inglesa, que conta a história de Alice, que cai em uma toca de coelho e pára em um lugar povoado por criaturas peculiares.

O ala, que atua no BYU (Brigham Young University), da liga universitária de basquete, começou a bater bola no clube da Volkswagen, em São Bernardo. E a primeira pessoa que o incentivou estava dentro de casa: Thelma Tavernari, mãe do jogador e conhecida pelo seu bom trabalho nas categorias de base em times de São Paulo.

"Ela foi quem me ensinou. Me ensinou a arremessar, a amar o jogo, e depois começou a me mostrar como jogar o jogo", revelou Jonathan, que garante gostar do esporte desde criança. "Tenho amigos que são como irmãos, e eles sempre brincavam comigo, mas entediam que eu não gostava de futebol (como a maioria dos garotos), e preferia o basquete", lembrou.

O atleta jogou pelo São Bernardo e Pinheiros antes de se transferir para os Estados Unidos, onde não recebe para jogar. Ele ficará atuando de ‘graça' pela liga universitária por mais dois anos. "No lugar de salários, tenho a bolsa de estudos e ajuda de custo para viver", explicou.

Na universidade, ele estuda Comércio Exterior e disse que vai esperar se formar, em 2010, para tentar jogar pela NBA - a liga norte-americana de basquete. "A mamãe sempre me ensinou que a maior herança que os pais podem deixar a um filho é a educação", completou.

Pressão - Agora na seleção brasileira, Jonathan garantiu que não sente o peso da camisa, apesar de o Brasil não garantir vaga nas Olimpíadas desde 1996, em Atlanta (EUA). Ele lembrou dos ensinamentos de seus pais. "Como desde pequeno fui colocado em situações complicadas com basquete, estou levando isso no 'mamão com açúcar', como diria o papai", afirmou.

Sobre a vaga nos Jogos Olímpicos, o atleta de São Bernardo está confiante na classificação e afirmou que a equipe precisa permanecer unida. "É assim que estamos levando: um dia de cada vez para conquistar o nosso objetivo".

Antes, Jonathan foi convocado somente uma vez, em 2003, para o Sul-Americano Cadete na Bolívia. Neste ano, foi lembrado pelo técnico Paulo Sampaio para o 43º Campeonato Sul-Americano do Chile. Mas com os cortes na seleção pré-olímpica, Moncho Monsalve o convocou.

Abandonos - O ala não quis entrar em polêmica sobre os pedidos de dispensas de Anderson Varejão, Nenê Hilário, Guilherme Giovannoni, Paulão, Valtinho e Leandrinho. Para Jonathan, "o basquete é um negócio, e esse é o ganha pão deles". "Cada jogador que não pode vir teve o seu motivo e merece ser respeitado. Se fosse comigo, gostaria que o restante do grupo entendesse minha situação", completou.

No Pré-Olímpico, o Brasil está no Grupo A ao lado de Grécia e Líbano. No total, serão 12 seleções disputando três vagas para Pequim.




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