É a chamada "ciberterapia", um crescente campo que já tem suas próprias conferências anuais e ganha cada vez mais adeptos entre terapeutas, estudiosos e outros interessados em melhorar o comportamento por meio dessas simulações. Nesses tratamentos os pacientes interagem com personagens virtuais e até incorporam avatares de si próprios. Em uma série de experimentos, os pesquisadores deste campo de tratamento demonstraram que as pessoas internalizam essas experiências virtuais e suas respostas a elas, com efeitos que são levados para o mundo real. Por exemplo, pacientes com ansiedades sociais ficam paralisadas quando abordadas por um estranho virtual, bebedores contumazes sentem vontade de pedir uma bebida a um garçom virtual, enquanto viciados em apostas são atraídos por um grupo de jogadores em uma mesa de pôquer digital. Enquanto isso, os terapeutas podem aconselhar e interferir no exato momento em que essas sensações afloram. Através da realidade virtual, os psicólogos levam o paciente a reviver o momento de origem de traumas e a revelar os problemas psicológicos que estão guardados no fundo da sua memória. Está provado que a melhor forma de ultrapassar um trauma é regressar à realidade, embora neste caso de forma virtual. Por Yasmin Barcellos